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Quanto mais não fosse por causa da Grécia (aqui, os franceses afiam os dentes com olhinho abrilhantado pelos saldos das jóias helénicos) os partidos em Portugal tinham a obrigação de discutir a reestruturação da dívida na campanha que aí está.
Até ao momento, apenas a CDU e o BE têm insistido nesta necessidade que, mais cedo ou mais tarde cairá, como uma bomba no debate político português e se entrará porta dentro com a força das inevitabilidades. Chamam-lhes demagógicos e caloteiros.
E se desta vez os sempre distraídos jornais não vão poder dizer que ninguém tinha avisado, quase garanto que serão os do costume a lucrar com o crime da cegueira.
No debate com Jerónimo de Sousa, Portas disse ao comunista que o PCP faz muitas vezes diagnósticos certos: Falhava depois era na cura.
Infelizmente, ao contrário do que se disse nos jornais durante as décadas que levamos de pertença à Comunidade Europeia, a extrema-esquerda teve sempre razão. O que previu sucedeu - o que se calhar demonstra que sobre a demagogia que uns têm a fala e outros o proveito.
Na hora de votar, entre os três partidos da Aliança FMI (que falharam os diagnósticos todos e não encontraram cura nenhuma) e os que ao menos acertaram nos diagnósticos (e que nunca ninguém deixou ver se a cura resultava), devia valer pontos a seriedade quanto à discussão da reestuturação da dívida.
Mas os eleitores comportam-se com a mesma capacidade analítica que num Benfica-Porto e talvez aproveitem o dia para empurrar com cerveja mais uma sandes de courato.
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