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Quando Rui Gomes da Silva foi acusado de ter feito pressão para pôr Marcelo Rebelo de Sousa a andar da TVI, foram poucos os jornalistas a achar que se calhar havia quem escrevesse direito por linhas tortas.
O palco mediático que o ex-dirigente laranja – com ambições presidenciais e ainda para mais conselheiro de Estado – tem, há anos, constitui uma entorse ao pluralismo, ao direito à informação e à democracia. Bem podem donos de jornais, directores e comentadores bater no peito indignados e defender o contrário.
A coisa obviamente não se corrige dando tempo cronometrado a outro comentador teoricamente desalinhado para a outra faixa do espectro ideológico, como ocorreu com António Vitorino. Mas também não é dando ouvidos aos donos dos jornais e seus directores que têm, na maior parte dos casos, mais preocupações na vida – muitas delas até jornalísticas – do que garantir o pluralismo noticioso.
Não se julgue, no entanto, que o enviesamento terminará só por se entregar o comentário político a alegados independente – desses que dizem não perceber nada de política ou que dizem mal dos partidos – ou até a jornalistas.
Tudo isto para dizer que nem a mais crédula das criaturas levará demasiado a sério as zangas de Pedro Mota Soares ou de Vieira da Silva com os excessos de Marcelo.
Se os elogios tivessem pendido para o lado deles seriam os primeiros a revoltar-se com quem mandasse Rebelo de Sousa calar-se. Foi aliás o que fizeram naquele dia em que Rui Gomes da Silva resolveu manifestar o seu sagrado direito à indignação.
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