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Ao menos desta vez as brincadeiras infantis dos Borbóns com armas não tiveram resultados trágicos.
Talvez valesse a pena organizar uma próxima greve geral a meias com centrais espanholas.
Que impacto teria uma greve ibérica? Que efeitos emuladores teria sobre os trabalhadores portugueses uma iniciativa em stereo?
E que consequências sobre os habituais comentadores e denegridores de serviço?
Aqui ao lado parece haver muitos a considerar uma greve como método válido de luta política.
O dia é bom para voltar.
Em Espanha, assinala-se mais um aniversário do 23-F. O trigésimo. Em 1981, as Cortes eram invadidas pelo tenente-coronel António Tejero e temeu-se o regresso à ditadura franquista.
Não regressou, embora nem tudo seja cristalino na forma como os sucessivos executivos espanhóis lidaram desde então com a causa dos Direitos Humanos. Para não ir mais longe, o PSOE ficou manchado pelo caso GAL e o PP pela participação na invasão do Iraque. Seja como for, os países andam na Terra condenados a (des)entenderen-se.
Em Portugal, a procupação com os Direitos Humanos já teve melhores dias. Ontem, o jornal Público denunciou a tortura e maus-tratos a que foi submetido um detido no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira. O homem estava em acompanhamento psiquiátrico e pelos vistos chamaram o Grupo de Intervenção de Segurança Prisional (GISP) para lhe aplicar os electrochoques.
A julgar pelas observações online das caixas de comentários e lixo dos mais diversos órgãos de comunicação social, a turba é a favor do método. Era útil que alguém mostrasse coragem.
Alberto Martins, ministro da Justiça, irá ao parlamento quando o inquérito interno estiver pronto. Parece.
Pelos vistos, o homem que fez frente a Américo Tomás já lamentou a cena. Mas é pouco. Alguém devia explicar a Nuno Magalhães -- deputado do PP e antigo secretário de Estado da Administração Interna -- devagarinho, a ver se ele percebia, que nem é preciso grande sensibilidade para perceber o que é uma violação dos Direitos Humanos.
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