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Em Fátima, a Igreja trata deste mundo

por Tempos Modernos, em 13.10.12

 

 

(Foto: blogue A Saúde da Alma)

 

Espantosas as declarações de José da Cruz Policarpo condenando as manifestações contra o Governo e a Tróica.

 

Num tempo em que a cidade se enche de novos pobres e de novos nus, o cardeal patriarca encontra nas manifestações que se têm sucedido o exemplo da corrosão da "harmonia democrática". Ao falar em Fátima, antes de se iniciarem as peregrinações do 13 de Outubro, o dia do milagre do Sol, o cardeal patriarca de Lisboa envergou as vestes do príncipe, de alguém cujo reino pertence a este mundo.

 

Não será o único motivo de preocupação da Igreja, mas, há dias, Marques Mendes defendeu que o tempo de emissão televisivo das confissões religiosas pode e deve ser mantido. Ontem, José Policarpo juntou na mesma conferência de imprensa a condenação das manifestações  ao desejo de cumprimento da Concordata. Os mais cínicos poderão achar que a Igreja Católica receia ver transformada em cordeiro sacrificial o tempo de emissão que o Estado desde sempre lhe concedeu nos canais públicos. 

 

O facto de se perguntar a um conselheiro do Governo se acha que algo pode e deve ser mantido, revela ao menos o receio da resposta negativa. os mais cínicos poderão questionar daqui a pouquissímo tempo: a presença na televisão (e a isenção de pagamento de IMI) valeu mesmo os 30 dinheiros?

 

 

 

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publicado às 10:16

O argueiro no olho

por Tempos Modernos, em 29.09.12

Um dejecto da cronística que para aí anda, defensor de torcionários e das muitas canalhices que se podem fazer ao ser humano, escreveu que na comunicação social se pratica jornalismo de causas e que a cobertura das manifestações é feita por repórteres pró-protesto.

 

Num dos sítios onde lhe pagam para torturar inteligências e catequizar a estupidez, os estagiários saíam sempre instruídos com perguntas para ridicularizar os manifestantes. A fuga ao guião nunca favoreceu a continuidade de ninguém nessa redacção.

 

 

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publicado às 10:28

Aqui ninguém dorme

por Tempos Modernos, em 22.09.12

 

 

Pode ser que a agora as reeditem e me façam a vontade expressa há mais de um ano.

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publicado às 15:16

Acorda consenso anti-austeritário

por Tempos Modernos, em 22.09.12

 

(Foto: blogue Terra Imunda)

 

Está cada vez mais articulada em termos oratórios a resposta que os portugueses dão para o seu descontentamento com a crise. Isso foi bem claro na vigília que ontem se realizou durante o Conselho de Estado.

 

A existência destas manifestações tem feito com que durante um lapso de tempo razoável se quebre o grande consenso narrativo que tem imperado nalguma classe política e entre a maioria dos comentadores televisivos. Uma forma de combater inevitabilidades, quando se anda na rua e ainda se ouve muita gente resignada com a profundidade da austeridade necessária.

 

Depois, coincidente ou não com o apelo de um sindicato da PSP à contenção da corporação antes do 15 de Setembro, nestas últimas iniciativas de protesto não se falou em cargas policiais mal explicadas. Embora tenha sido aproveitada na imprensa, onde existe quem goste sempre de acenar com os perigos de uma qualquer mano negra, a detenção de manifestantes não ofuscou o impacto dos movimentos. As imagens televisivas são mais que suficientes para destruir esse discurso.

 

No próximo sábado, dia 29, a CGTP, que não foi ouvida por Cavaco em vésperas de Conselho de Estado, tem uma manifestação marcada e corre o risco de a ver substancialmente alargada em relação ao habitual. Os que continuam a fazer o discurso anti-político, bem nutrido por muitos representantes da classe, talvez não estejam lá, mas a convergência com outras forças existirá. Há pouco espaço na imprensa, como muitas vezes acontece, para ignorar ou passar a vol d'oiseau pela iniciativa da central sindical.

 

Dia 5 de Outubro, talvez o último a celebrar-se, enquanto feriado, nos tempos mais próximos, realiza-se na Aula Magna, em Lisboa, o Congresso Democrático das Alternativas. Manda a decência editorial que tenha tanto tempo de antena televisivo como uma recente iniciativa de uma fundação ligada a um supermercado. Os organizadores não querem que a coisa seja um momento de chegada e todos os episódios contam para manter vivo o discurso contra a inevitabilidade.

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publicado às 09:42

A ouvir-se em Belém

por Tempos Modernos, em 19.09.12

 

(Foto: rr.pt)

 

Em cima do anúncio da convocação do Conselho de Estado, esteve quase a sair um post sobre o lote de figuras escolhido por Cavaco para o órgão de aconselhamento presidencial.

 

Mário Soares e Jorge Sampaio juntaram na quota de nomeações do Presidente gente de fora da sua área política. Chamaram  representantes do PCP e do CDS quando não os havia eleitos pela Assembleia. Já Cavaco evacuou a esquerda do seu conselho de Estado, preferindo antes Dias Loureiro, substituído entretanto por Vítor Bento, Marcelo Rebelo de Sousa, Leonor Beleza, Bagão Félix ou João Lobo Antunes.

 

O post acabou por não ser publicado. Embora o Conselho de Estado seja enviesado em tendências - deixa de fora quase vinte por cento das sensibilidades políticas nacionais (o peso aproximado dos eleitores BE e PCP) - Cavaco fizera o mínimo que se lhe pedia e até chamara Gaspar.

 

No entanto, as coisas mudaram ligeiramente. Desde então recebeu, os parceiros sociais "subscritores do Acordo Tripartido «Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego»", mas deixou de lado a CGTP.

 

Inventor do sistema económico em que se vive, de radiosos resultados, ao contrário dos antecessores, Cavaco não pretende ser o Presidente de Todos os Portugueses.

 

Nas televisões, o conselheiro Marcelo repete que o drama provocado com o anúncio da subida da Taxa Social Única tem a ver com o modo de comunicação e não com o conteúdo da medida. Entretanto, os portugueses que Cavaco não representa, nem ouve, vão aconselhá-lo esta sexta-feira, no exterior do Palácio de Belém. E é bem provável que o contingente vá aumentado com muitos que votaram nele.

 

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publicado às 08:33

Cuidado com a polícia

por Tempos Modernos, em 24.03.12

Agora já existe quem dentro da corporação admita a existência de agentes provocando arruaças.

 

A confirmação foi feita por um polícia de choque em declarações ao jornal i:

 

 

“Na greve de 24 de Novembro detivemos um homem que estava a dar pontapés nas grades frente à Assembleia da República, mas quando já estava algemado disse que pertencia às brigadas de investigação criminal da PSP.”

 

 

 

Deixou, pois, de ser apenas "aparente [a] existência de polícias agindo simultaneamente como manifestantes e como agentes".

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publicado às 13:59


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