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Quanto não vale ter amigos nos jornais

por Tempos Modernos, em 05.12.13

Laranja kamikazes.

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publicado às 19:03

Párem as rotativas

por Tempos Modernos, em 06.11.13

O sociólogo que preside aquela fundação do merceeiro holandês defendeu hoje e, pela mais que enésima vez, a revisão da constituição.

 

A notícia surpreende. Afinal, deve ser só a sétima ou oitava vez que, esta semana, Barreto defendeu a mudança da lei fundamental. Esta cisma é uma obsessão do sociólogo. E tanto é repetida há mais de uma década que já raia o maníaco. Mesmo assim temos de levar todas as semanas com ela que os jornais não se cansam de a repetir.

 

Repito: Qualquer dia dão-nos separação dos Beatles como novidade.

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publicado às 20:55

Os defesores da via não democrática

por Tempos Modernos, em 27.10.13

Num sítio onde a decência cívica fosse valorizada e onde a falta de vergonha na cara fosse condenada, nenhum jornalista digno desse nome iria ouvir Vitor Bento a defender o aprofundamento dos cortes nos salários e despesas sociais com os seus concidadãos.
Como foi amplamente divulgado na ocasião, o sucessor de Dias Loureiro no Conselho de Estado esteve dez anos ocupando um lugar na banca privada. No final dessa licença sem retribuição, ou lá qual era a figura jurídica que se encontrou para fazer o jeito, Bento voltou ao lugar de origem no Banco de Portugal para ser promovido por mérito e acabar reformado com uma pensão mais alta.

Nada mau para o homem que Cavaco nomeou para suceder ao também seu Dias Loureiro no Conselho de Estado. Um Vítor Bento defensor empenhado do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas. Do mesmo Governo que ainda agora informou os professores do ensino secundário que não há subsídios de despedimentos, pré-reformas ou regresso ao Estado para ninguém se aceitarem rescindir os vínculos contratuais. 
Um Faz aos outros, o que nunca fizeste a ti que integra o conselheiro presidencial nessa oligarquia sinistra, medíocre e cúpida que circula e divide entre si lugares na banca e à sombra do Estado português.

Na quinta-feira, Vítor Bento escreveu para o Público um artigo onde, como virgem impoluta que nunca tivesse sido picado pela asquerosa ideologia, cavalga e reforça a histérica fatwa anti-constitucional conduzida pela Comissão Europeia, pelo FMI, por domésticos barretos.

Pela prosa do homem percebe-se que não faz a mínima ideia do que é um Estado de Direito, do que seja uma Democracia ou sequer a separação de poderes - uma coisa pensada (como toda a gente sabe) lá no longínquo século XVIII pelo barão de Montesquieu.

Que Cavaco se tenha rodeado de tais cabeças apenas escancara a dimensão da tragédia em que nos deixámos envolver.

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publicado às 17:11

"E porquê? É simples. A intenção deles não é defender a liberdade e a informação. Nada. Pretendem tão-somente melhorar as condições da manipulação e do negócio.


O que está já na cloaca desta galinha de ovos de oiro - para eles - é uma alteração às leis eleitorais TODAS, restringindo o acesso à informação plural, colocando tudo nas mãos do negócio e da capacidade dos mais fortes, dar mais rédea solta à comédia de maus costumes das sondagens e, pièce de résistance, já se fala em acabar com o dia de reflexão: vai na cambulhada da extinção de feriados e tira-se mais um dia em que o cidadão ande entregue a si próprio."

 

Nota: a introdução de quebra de parágrafo é minha.

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publicado às 09:46

"Só sábios éramos sete"*

por Tempos Modernos, em 17.09.13

Há prosas de tal modo satisfeitas que um tipo fica na dúvida se se deverão a deformação profissional, resultante de uma vida entregue à diplomacia, se de hipertrofia da auto-estima.

 

* frase lendária atribuída a um qualquer lente regressado de uma conferência

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publicado às 08:23

Polifonia em vez de pluralismo

por Tempos Modernos, em 15.09.13

(Fonte: dn.pt)

 

A TVI 24, que é assim uma espécie de canal oficial da Fundação Francisco Manuel dos Santos, lá tem transmitido directos da conferência Presente no Futuro. Portugal Europeu. E agora?

 

Em zapping, notei que um dos painéis incluia Manuel Villaverde Cabral, Augusto Mateus e António Barreto, moderados por Teresa de Sousa. Ou seja, pelo que se conhece do discurso público dos quatro oradores, uma enorme convergência de ponto de vista.

 

Acho que é isto que se entende em Portugal como um debate pluralista. Muitas pessoas a dizerem a mesmíssima coisa. Uma variante de Dupond e Dupont sem a qualidade estética do Hergé.

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publicado às 14:30

Cobardia noticiosa

por Tempos Modernos, em 17.01.13

O Governo organizou uma conferência aberta à comunicação social mas impediu que esta gravasse e recolhesse mais do que as intervenções inicial, de Carlos moeda, e final, de Passos Coelho.

 

Parte dos jornalistas abandonaram a sala num gesto que não é habitual, mas a organização prometeu que no final do evento os órgãos de comunicação teriam direito a um digest do que tinha sido dito.  Depreende-se que o preparado propagandístico teria sido convenientemente mastigado pelos assessores governamentais.

 

Infelizmente, ontem as televisões lá estavam transmitindo em directo a intervenção do chefe de Governo. Não sei o que disse, nem do que falou. Não fiquei a ver. Dou sempre pouco seguimento aos que manipulam de modo tão óbvio.

 

Seria bom que as direcções de informação tivessem tido a coragem de deixar Passos Coelho a falar sozinho não transmitindo o discurso de encerramento da conferência mal aberta. Aos boicotes informativos, responde-se na mesma medida. O jornalismo falha todos os dias.

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publicado às 10:40

Foi birra, senhores?

por Tempos Modernos, em 06.01.13

Em 2011, depois de ter conseguido o apoio do PSD e do CDS-PP para lhe aprovar os PEC I, II e III, o PS foi enconstado às cordas pelos dois partidos que recusaram viabilizar também o IV Pacote de Estabilidade e Crescimento. Sócrates demitiu-se na sequência.

 

O facto ainda agora foi relembrado por Heloísa Apolónia, dos Verdes, na sequência da abstenção do PS na votação de uma proposta do PCP e do BE  para subir o salário mínimo. Só que, sobre esse facto, os socialistas montaram desde então uma manobra de justificação para consumo dos seus próprios eleitores: a de que os responsáveis pelo chumbo do PEC IV foram PCP, BE e PEV - que já tinham votado contra os anteriores pacotes - e não os partidos de direita que mudaram entretanto as três posições anteriores.

 

A deputado dos verdes respondia ao deputado do PS Nuno Sá que acusava os partidos à esquerda por se terem aliado à direita derrubando o governo de sócrates, aquele "que em Portugal mais subiu o salário mínimo". Não se percebe então muito bem o motivo pelo qual o PS se absteve agora na votação proposta do PCP e do BE sobre esse assunto.

 

Torna-se confuso que o partido seja com Sócrates o campeão das subidas do salário mínimo, como reclama Nuno Sá, para ser na oposição incapaz de votar contra a maioria governamental que rejeitou o aumento.

 

 

 

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publicado às 20:38

Pedro e o Lobo

por Tempos Modernos, em 30.10.12

 

 

Não há reunião internacional, manifestação, visita de alta individualidade que não conte com os anúncios aterrados do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo ou de qualquer gabinete da PSP.

 

Torna-se difícil manter a confiança nestas fontes quando, anúncio após anúncio, declaração após declaração, todo o fogo-de-artifício previsto com pompa e circunstância redunda numa pífia fumaça.

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publicado às 20:21


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