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Claro que aqui também se asneia no português. Claro que não sei tudo e depois de várias reescritas já não se vê nada. Daí que as coisas fiquem muitas vezes gralhadas, erradas, empasteladas. Na semântica e na sintaxe. Daí a necessidade da edição, da revisão, de outros olhos.
Um "encasinar" como o do Público é grave, e não apenas por ser o jornal que julga ser. É grave também, como lembra Vital Moreira, pela campanha que um dos directores recorrentes da casa tem feito contra o Acordo Ortográfico de 1990.
Eu também não gosto e não uso. Mas antes cuidassem primeiro da casa onde vivem e escrevessem encanzinar como se deve escrever. Antes fizessem uma limpeza dos Corões no lugar de Alcorão e de disparates como o cupping. Infelizmente, são posturas que pedem uma cultura e exigência que os jornais não têm para dar. No caso do cupping, não satisfeitos com a ignorância, passados uns dias, ainda se foram enterrar mais, insistindo no nome inglês de uma prática secular e tradicional.
Há semanas, outro episódio na linha da ignorância da língua. Por causa das agressões dos filhos do embaixador iraquiano, o jornal i, enviou uma repórter a Ponte de Sôr. "Foram coisas de «caspada»", escreveu a jornalista. Repetia o testemunho de um morador da terra. Mas repetia o que percebera, totalmente desconhecedora da palavra cachopo e das suas variantes.
* Na ligação de dicionário sugerida por Vital Moreira especifica-se que encanzinar só se usa pronominalmente - o que não sigo. Não tenho casos para abonação, mas não será assim.
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