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Apenas de me recordo de um ano lectivo em que na primeira aula de Educação Física o professor se lembrou de fazer provas de salto em comprimento, lançamento de peso e corrridas de velocidade e de meio-fundo. Registou os resultados, os meus seriam confrangedores, mas não faço a mínima ideia do que lhes terá acontecido.
Tenho a certeza de que estes resultados não foram aproveitados para encontrar talentos, fazer uma selecção da escola, participar em campeonatos escolares regionais e em campeonatos escolares nacionais. Duvido que, entretanto, tenha ocorrido a alguém dinamizar este tipo de provas de modo contínuo e ao estilo do que se vê nos filmes americanos.
Não percebo nada do assunto, mas acredito que fosse uma maneira de descobrir vocações, aumentar o número de atletas e estimular melhores resultados. Com o actual modelo, apenas os excepcionais e os mais teimosos podem conseguir evidenciar-se. É um modelo poupadinho, conforme exigido, de aposta nos melhores dos melhores, que esquece que da quantidade surge a qualidade, que a emulação consegue muito.
Apesar da baixa intensidade de uma aposta nacional no desporto, ainda há quem reclame dos resultados dos portugueses nos Jogos Olímpicos (alguns, nunca desmerecendo, com manchetes indigentes). E nas televisões, o espaço para o atletismo e outras modalidades - tardes e manhãs inteiras nas duas RTP, com corta-mato, meetings de atletismo, torneios de ténis, provas de esqui, de natação, de saltos para a água, de ginástica, de ciclismo - foi substituído, desde a fundação da SIC, pela monocultura do futebol e dos debates canalhas e sectários.
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