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Mariano Gago não fez tudo bem à frente da Ciência. O fim dos órgãos de governo paritário nas universidades foi um erro, por exemplo.
A nova equipa do sector - com uma visão, bem preparada, com um verdadeiro currículo de gestão da ciência e do conhecimento - também evidencia contradições. Enquanto várias universidades, como a Nova de Lisboa, andam a contas com o processo de passagem a fundação, uma má ideia, o ministro Manuel Heitor promete mexidas no emprego científico.
A coisa faz há muito sentido. Para todos os efeitos, as carreira docente e de investigação estão bloqueada há pelo menos umas boas duas décadas. Mas se boa parte dos doutorados sobrevive à custa de sucessivas bolsas, o Governo parece querer oferecer-lhes agora contratos temporários e a termo incerto.
Os sindicatos receiam que a medida que visa dar alguma estabilidade a milhares de bolseiros, corra o risco de criar uma carreira paralela de investigadores e docentes universitários, mais mal pagos, e com menos direitos. Só quem desconheça o modo como o poder se articula no ensino superior - não é preciso ler o Homo academicus (pdf acerca de), de Pierre Bourdieu - perceberá as dificuldades de contestação no sector.
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