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Todos sabemos como não existe nada mais bem distribuído do que o bom-senso. Pelo menos desde Descartes, que o escreveu no Discurso do Método, obra estudada na adolescência pela maioria dos que fizeram o secundário na área de Humanísticas. Admite-se que muitos não devem ter percebido a ironia.
Antes deste jornalista falar, no mesmo canal, um outro, Nicolau Santos, mais inteligente e recomendável, que é injusto associar ao primeiro, falava da falta de bom-senso dos governantes que aceitaram viajar a expensas da Galp ao Euro 2016.
"Basta ter bom senso para se saber que há coisas que não se podem aceitar de todo."
Como o Diabo de Passos Coelho, o bom-senso dominou outras peças do noticiário.
Primeiro, falaram dos banhistas que marcam de lugares na praia de Armação de Pera, deixando os pertences no areal desde o dia anterior de modo antecipando-se a outros. "Não havendo enquadramento legal ou edital de praia que impeça casos como o dos chapéus de sol que pernoitam fica o apelo da autoridade marítima, Haja bom-senso."
Depois, as notícias saltaram para as salas de espectáculo: "Aquele momento em que chega ao cinema e há uma mensagem que avisa, por favor, desligue o seu telemóvel, por pirncipio, por lei ou por ou simples bom-senso todos sabem que é mesmo para desligar ou tirar o som."
Bom-senso que basta, dizia Nicolau Santos. Sim, mas é o mesmo bom-senso que recomendaria que dezenas e dezenas de veraneantes não reservassem lugar na praia - borrifando-se para os direitos dos outros. Exactamente, o mesmo bom-senso que nos garante que nunca fomos incomodados por gente a atender o telemóvel no cinema ou a ler e enviar SMS.
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