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(Fonte: economico.sapo.pt)
Como bem se sabe, é de direita todo aquele que diz já não existirem diferenças entre esquerda e direita.
Questionado no Público sobre o repensar das funções constituicionais do Estado, Ferro Rodrigues, chefe da bancada parlamentar socialista, responde que
Ao exprimir o desejo de que o estabelecimento das funções estatais continuem a dividir esquerda e direita, manifesta dúvidas subliminares quanto à firmeza de convicções ideológicas do PS, partido de que foi secretário-geral e que apenas umas perguntas antes dizia ser o partido mais à esquerda do espectro partidário português.
Ferro, o PS e o país ganhariam mais em resolver as contradições dos seus, do que em acenar fantasmas antigos e procurar perigos e contradições na restante esquerda como faz na mesma entrevista. A agenda da década, apresentada há dias por António Costa, mostra que os socialistas pouco aprenderam com a crise, sobre as suas causas e o seu papel nela. A situação portuguesa concreta resulta de acções e decisões postas em prática pelos que estiveram presentes no Governo. Nunca da ausência de outros, independentemente da leitura de responsabilidade por essas não presenças que o chefe da bancada rosa possa fazer.
E é pena que não resolvam as contradições. João Galamba, Pedro Nuno Santos e Pedro Adão e Silva, que pertenceu ao secretariado de Ferro Rodrigues, têm escrito coisas acertadas e inteligentes (aqui, aqui, aqui, ou aqui, por exemplo). Não se vê é como poderão pô-las em andamento com os caminhos traçados pela direcção que apoiam e ainda agora elegeram.
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