Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Decide-se esta tarde o campeão da primeira liga portuguesa de futebol. As estações televisivas fazem balanços da temporada.
No estrito terreno do comportamento dos protagonistas do jogo - sem descer ao opaco mundo dos painéis de comentadores e dirigentes, sobreocupado de lúmpen vindo de todos os quadrantes -, uma ideia transversal a muitas peças mostradas é a da existência de uma guerra de palavras entre Jorge Jesus, treinador do Sporting, e Rui Vitória, técnico do Benfica.
Ora, tal ponto de vista apenas decorre de uma tentativa de imparcialidade jornalística, que adultera radicalmente os factos.
Fosse por que motivo fosse (jogos mentais, estilo pessoal,ressentimento, o que fosse), Jesus fez tiro a Rui Vitória logo desde o arranque da época, só tardiamente deixando a insistência.
O mais das vezes, Vitória deixou-o a falar sozinho. Respondeu-lhe duas ou três vezes quando a escalada no destrato e no amesquinhento já eram difíceis de ignorar. E ainda assim, dificilmente se pode dizer que fosse ofensivo, que desconsiderasse o adversário ou o tentasse humilhar.
O que se viu quase sempre foram muitas conferências de imprensa com Vitória a responder aos jornalistas que não ia responder a acusações vindas de Alvalade ou falar de assuntos suscitados por outros.
No meio do tiro ao Vitória, escrever ou dizer que se assistiu a uma guerra entre o técnico do Benfica e Jorge Jesus é recusar fazer jornalismo em nome de uma alegada imparcialidade. Ignorar factos é tão parcial como tomar partido. Ignorar a dimensão relativa dos factos, do tom e da substância, e fazer notícias a partir disso, é ser já parcial.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.