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Por cá, para o Público, apanhou-se o comissário europeu do Emprego, Assuntos Socias e da Inclusão numa conferência na Gulbenkian. László Andor, confessou a sua estupefacção com os níveis de desemprego a que a Europa chegou, insistiu em boa parte da receita e admitiu o aparecimento de uma geração perdida nos países do Sul. Não foi por falta de avisos que houve-os suficientes, mas há dificuldades de compreensão que a compreensão não compreende.
Em Espanha, o El País ouviu Dilma Roussef, participante na conferência Ibero-Americana, e a presidente brasileira lembrou o papel do FMI na década de 1980 na América do Sul e o impacto profundamente negativo que teve no emprego e nas vidas daquele continente.
É o mesmo o FMI que descobriu que Portugal se arrisca a perder a sua geração mais qualificada de sempre, condenada à emigração ou ao sub-emprego e deitando fora o investimento que o País fez nela. Valia a pena ter mandado jornalistas a Cádiz, onde se realizou a cimeira Ibero-Americana ouvir uma líder com estatura internacional dizer o que há para dizer.
Quatro ex-militares guatemaltecos foram condenados a mais de seis mil anos de prisão pelo massacre de 201 camponeses em 1982.
Quando os Estados Unidos desbloquearam os manuais que tinham usado na Escola das Américas na década de 1950, para instruir militares e policiais da América Latina descobriu-se que vinham lá descritas muitas das práticas de violações de direitos humanos em que os militares sul-americanos se tornaram useiros e vezeiros.
Até ao início da década de 1990, as deslocações de povoações, as execuções extra-judiciais, os desaparecimentos fizeram parte da ementa da brutalidade de Estado em países como a Argentina, o Chile ou na esmagadora maioria dos países da América Central.
Curiosamente, as violências da Guatemala - que tem um dos mais terríveis passados daquela região e um presente pouco notável - raramente é referida na comunicação social.
Violência é violência e violação dos direitos humanos é violação dos direitos humanos mas estranha-se quando se vê tanto carinho e atenção com alguns países e se ignoram as atrocidades massivas que foram e são cometidas (aqui, ou aqui, por exemplo) na América Central.
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