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Dos duplos critérios como armadilha boomerangue

por Tempos Modernos, em 27.08.13

O inquilino de Belém corre sistematicamente atrás do prejuízo. Não por se encontrar acometido por qualquer bambúrrio de azar, olho gordo ou obsessão persecutória de adversários mesquinhos – como acreditará intuir –, mas por manifesta inadequação pessoal e política para o cargo que ocupa e para o qual o elegeram duas vezes.

 

Escolhas tanto mais grave quando na última delas já se sabia da inventona das escutas de Belém e dos lucros com acções saídas do aparato criminoso-financeiro que atirou o país ao buraco e que faziam com que só os muitíssimo distraídos comprassem Cavaco por Presidente. À segunda, cai quem quer.

 

No seu critério, Cavaco pode muito bem ter entendido apresentar, de modo discreto, as condolências às famílias e corporações dos bombeiros mortos este ano no combate aos fogos florestais. Mas por força das circunstâncias, estas mortes colaram-se à morte de António Borges.

 

E, sem acesso ao poder, António Nuno Ferreira, Pedro Rodrigues, Ana Rita Pereira e Bernardo Figueiredo são heróis que deram a vida pelo bem comum.

 

Já António Borges era um amigo de Cavaco, muito bem pago, de currículo polémico, tornado conhecido por declarações da mais manifesta insensibilidade social e que usou sempre o muito poder e influência que tinha para dar mais dinheiro a ganhar aos habituais grupos económicos e financeiros. Os seus préstimos para a sociedade e para o país foram para um grande número de portugueses duvidosos ou mesmo prejudiciais.

 

Há alturas em que a falta de consistência política e a duplicidade de critérios fazem um ruído aterrador.

 

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publicado às 20:19

Herói das notícias, vilão de leitores

por Tempos Modernos, em 26.08.13

 

 

(Fonte: rtp.pt)

 

Tirando nos jornais mais populares, a morte de António Borges ocupa grande espaço nas primeiras páginas da imprensa generalista e económica de hoje. Mas não parece que o assunto tenha sido tratado do modo que realmente mais interessou leitores e espectadores.

 

A vida épica e os elogios vindos de gente que lhe foi ideologicamente próxima, como o amigo Marcelo Rebelo de Sousa, ontem na TVI, Cavaco ou Christine Lagarde contrastam com a escassez ou mesmo falta de depoimentos de outras bandas.

 

Mas com o que as primeiras páginas - e até directos televisivos do velório na Basília da Estrela, dando conta da presença de Vítor Gaspar, Alexandre Soares dos Santos, Fernando Ulrich ou Miguel Relvas - contrastam mesmo é com as redes sociais e caixas de comentários online dos jornais.

 

Ontem à noite, havia mais de  “gosto” no Facebook para a notícia do Diário Económico dando conta da morte do ex-vice-presidente de Manuela Ferreira Leite e consultor para o processo de privatizações e renegociações das parcerias público-privadas do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas.

 

Num jornal cujas vendas se ficam pelos cerca de quatro mil exemplares diários, bastava abrir uns quantos desses “gosto” para perceber que a tónica dos comentários na rede social eram de regozijo. O homem, que alguns jornais chegaram a tentar vender como primeiro-ministeriável, foi em larga medida tratado nas redes sociais e nos comentários online dos jornais como um indivíduo egoísta e sinistro, mesmo criminoso.

 

No Diário de Notícias, os comentários de leitores ultrapassaram as sete centenas, o grosso no mesmo sentido dos “gosto” no Facebook. No DN são bastante ciosos da não moderação dos comentários, mesmo quando aquilo se assemelha a um esgoto – o mais das vezes. E, no entanto, esta manhã, a caixa que permite aos leitores expressarem a sua opinião tinha desaparecido das notícias em linha (escapou o editorial) que referiam a morte de Borges.

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publicado às 12:44

Bardamerda

por Tempos Modernos, em 25.02.13

 

 

(Foto: marinha.pt)

 

A postagem tem estado difícil. O mais das vezes a vontade é do insulto.

 

Um ex-secretário de Estado ameaça mandar "tomar no cu" os fiscais das finanças que lhe pedirem a factura da bica, para depois, trafulha, dizer que era uma crítica ao peso do Estado e não ao Governo a que pertenceu - não por acaso, repito, não por acaso, o criador da referida intrusão.  É sempre assim. Os que mais maldizem o Estado - Viegas fá-lo há anos- são dos primeiros a corromper-lhe as funções e a pervertê-lo para, em ciclo vicioso e premeditado, poderem destruí-lo e deitá-lo ainda mais abaixo. 

 

Um governante sem ponta por onde se lhe pegue, o tipo de figura cuja entrada nos salões mais que justifica a saída das almas mais sensíveis, é convidado por uma estação televisiva privada para botar discurso sobre o futuro do jornalismo. Não chega a falar, que um grupo ruidoso canta-lhe a Grândola e persegue-o ruidoso quando ele tenta escapar.

 

No maior partido da oposição, vários militantes, um bando imbecil que só pode não fazer a mínima ideia do país em que vive e das condições em que subsiste a maioria dos seus concidadão, insurge-se, que desrespeitaram a liberdade de expressão do senhor ministro.

 

Ao coro socialista, juntaram-se vários jornalistas. Ora, foi exactamente em redacção que mais vezes me mandaram calar e ameaçaram de despedimento. Gostava por isso de ver mais jornalistas, desses que enchem a boca para defender o ministro, lutarem tanto pela liberdade de expressão dos seus camaradas dentro das próprias redacções.

 

Outro canal privado anuncia uma aposta na opinião. Ao leque de comentadores habituais resolveu juntar uma mão cheia de figurões que andam não tarda há 40 anos a dizer coisas sobre o país sem que o país tenha ganhado fosse o que fosse com tão preclaros pontos de vista.

 

Os mesmos patetas que nos jornais celebrararam Sócrates como o salvador a pátria e depois se arrependeram, ou que escreveram odes a Gaspar, para agora arrepelarem cabelos com os sucessivos erros de previsões, prosseguem como directores. Não se lhes vislumbra vontade de começarem a escrever algo inteligente ou que seja relevante para os leitores.

 

António Borges viu renovado o contrato para continuar a fazer o que faz e a dizer o que diz. E não me esqueço do semanário que quis vender a luminária como primeiro-ministro.

 

Um bispo é acusado de assédio sexual e canalhamente dois dos seus companheiros de igreja aproveitam para o tirar do armário.

 

Cada um dos parágrafos podia remeter para vários sítios, mas falta a vontade de chafurdar na estrumeira.

 

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publicado às 16:11

Entrevistá-lo para quê?

por Tempos Modernos, em 09.02.13

António Borges tem razão quando afirma ao Diário de Notícias que "somos um país dominado por interesses fortíssimos".

 

Nunca falta palco nos jornais nem a ele nem aos que com ele partilham interesses ideológicos e económicos e lugares à mesa do Estado.

 

Nem quando nada de relevante tem para dizer como se conclui pelo título*.

 

O resto não li. Já tive toda a catequese de que precisava, e aposto que ninguém lhe fez perguntas sobre as causas dos acidentes da CP (aqui ou aqui) ou das mortes nos hospitais britânicos e da forma como tudo isso resulta do cumprimento da agenda dos Borges que para aí andam.

 

 

 

*O título ainda se safava se fosse uma ironia jornalística, mas em informação a ironia nunca resulta.

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publicado às 11:32

Este Borges é um pândego

por Tempos Modernos, em 08.11.12

 

(Foto: rtp.pt)

 

"O euro é um dos grandes pilares de uma nova prosperidade europeia que começa a emergir".


(Via Ladrões de Bicicletas)

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publicado às 19:09

A multidão já não pede só pão

por Tempos Modernos, em 18.10.12

 

Repetido e em certa medida compreensível, este tipo de opinião acabará trucidado pelo espírito do tempo.

 

A História (arte que os economistas deixaram de aprender) é demasiado rica em exemplos. Não vale segui-los como se fossem um modelo determinista, mas não há nada que enganar neste ar que se respira.

 

Garantir a paz e a ordem social foi apanágio dos reis durante todo o Antigo Regime. O bom rei, o rei bom, fazia justiça. Geria e harmonizava interesses. Nenhuma outra virtude e capacidade foi mais inerente à condição real.

 

Mas esse estado de coisas terminou com a revolução francesa. Os historiadores datam dessa época o surgimento de um novo tipo de multidão: a  multidão politizada, uma multidão que deixou de pedir apenas pão, que deixou de estar só preocupada com os custos dos cereais.

 

Os mais atentos repararão que a multidão que aí anda agora é nitidamente uma multidão politizada. E  não é apenas nas manifestações, onde esse grau de politização seria expectavelmente mais audível. Ouvidas na rua, as pessoas têm explicações consistentes para as dificuldades. Têm propostas alternativas. Deixaram o "eles lá sabem o que andam a fazer". 

 

Exemplos? Nas últimas greves do Metro de Lisboa e da CP, equilibraram-se os pontos de vista expressados nos directos televisivos. Se antes não faltavam as queixas contra o transtorno, agora são bem mais os que se mostram compreensivos e até solidários com os trabalhadores em greve.

 

Se ontem, Borges achava ser uma sorte que os portugueses tivessem Gaspar como ministro, bastaria ler os comentários online para perceber que mais valia ter estado calado. Quase ninguém está já disposto a reconhecer o génio de um ou de outro. Pior, pelo tom nota-se como olham para Borges como um pária, uma espécie de bobo da corte etica e intelectualmente desqualificado. 

 

A única pergunta racional começa a ser: Quando?

 

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publicado às 13:00

"Antes quero um jornal que me apoie"

por Tempos Modernos, em 30.09.12

Fundado em 1973, o Expresso gaba-se de andar há 40 anos a fazer opinião. O que é, se arredondarmos a data, literalmente verdadeiro.

 

Mas talvez valha a pena lembrar que, há não muito tempo, o semanário andou com António Borges ao colo. E até por lá o deram como o homem certo para o lugar de primeiro-ministro.

 

Hoje, os portugueses desembolsam um valor não revelado para pagar o salário de Borges na comissão de acompanhamento das privatizações. Será que se pode mandar a conta ao jornal que o ajudou a tornal credível?

 

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publicado às 12:48

António Saraiva, líder máximo da CIP, acha que a maioria dos empresários não contrataria António Borges, mas o homem integra o conselho de administração da Jerónimo Martins.

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publicado às 12:23

Um comediante de génio

por Tempos Modernos, em 29.09.12

 

(Foto: dn.pt)

 

Sempre que António Borges abre a boca a gente ri-se.

 

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publicado às 15:06

Sair da casca

por Tempos Modernos, em 07.06.12

Se o António José Seguro avançar com a petição para correr com a antiga musa laranja que o Expresso tanto promoveu, conte comigo para a assinar.

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publicado às 22:48


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