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Uma missão difícil

por Tempos Modernos, em 16.06.13

 

(Foto: dn.pt)

 

Em reunião dos partidos socialistas europeus, António José Seguro propôs que as taxas de desemprego superiores às da média europeia passem após 2021 a ser mutualizadas pelos restantes países da União Europeia.

 

Depois dos trinta anos em que os partidos socialistas e trabalhistas conviveram pacificamente com as doutrinas económicas tatcheristas e reaganómicas, será complicado convencer o eleitorado a quebrar egoísmos e individualismos. Não se chegou no SPD alemão, no Verão passado, a sugerir a mutualização das dívidas dos países da Zona Euro?

 

A opção é entre passar a dar aos rotos da terra ou continuar a dar à alta criminalidade instalada nos mercados financeiros. Os termos não são demagógicos: Tramado é que perante a realidade não se possam usar outros. E

 

Seguro e os seus parceiros (Jacques Delors fez o mea culpa pela situação a que conduziu a Europa) têm um longo trabalho pela frente para convencer os cidadãos e eleitores europeias acerca da bondade de consensos keynesianos e new dealianos. Mesmo dentro do PS português, duvida-se que este tipo de ideias faça o pleno, basta ir lendo o que escrevem Francisco Assis, Luís Amado, Correia de Campos e outros.

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publicado às 19:29

Conselho inútil

por Tempos Modernos, em 20.05.13

 

(Foto: Steven Governo/Global Imagens in jn.pt)

 

Em tempos de crise tão séria que até afecta a sempre poupada instituição presidencial, será clarificador que alguns conselheiros de Estado expliquem a Cavaco o inusitado da agenda da reunião de hoje - Portugal depois da saída da tróica.

 

As críticas não faltarão. Mas, pelo teor das suas declarações nas últimas semanas, Cavaco não andará disposto a ouvir análises que falem da austeridade ou da existência real de uma crise política há muito em curso.

 

Da última vez que se reuniu este órgão de aconselhamento presidencial, Mário Soares saiu consideravelmente antes do fim. Desta vez duvida-se que haja saídas extemporâneas.

 

Olhando para a composição do órgão, Seguro não o pode fazer. Arrisca-se a ter de lidar com Cavaco enquanto Presidente. Os presidentes dos tribunais, dos governos regionais e o provedor de justiça estão lá enquanto representantes institucionais.

 

Dos que se representam a si próprios, Sampaio tem uma visão formal, respeitadora e litúrgica do exercício da coisa pública. O mesmo se passa com Eanes. O general, acresce, não andará longe do ponto de vista de Cavaco. Eventualmente do do Governo. Os restantes conselheiros estão alinhados com a maioria ou com Belém.

 

Apenas o antigo Presidente Mário Soares e Manuel Alegre terão a vocação e a liberdade de pensamento suficientes para perturbarem o sossego do Conselho de Estado, juntando palavras críticas a uma saída abrupta da reunião.

 

Fazer previsões sobre o estado do país daqui a um ano tem demasiado de futurologia para justificar o tema da convocatória para hoje. Se as certezas e dúvidas do Presidente não forem confrontadas fora do seu quadro mental, este Conselho de Estado não servirá mesmo para nada.

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publicado às 13:54

Um partido por encontrar

por Tempos Modernos, em 20.03.13

 

(Foto: rr.sapo.pt)

 

Tirando o odiado Manuel Maria Carrilho e poucos mais, pelas bandas do PS são poucos os que perceberam o que se tem passado na Europa e no mundo nos  últimos anos. 

 

Com aquele tom e firmeza que o tornam notado, António José Seguro tem apesar de tudo dito uma ou outra coisa que poderia fazer sentido e no entanto não parece descolar nas intenções de voto. A circunstância de serem já bem conhecidas as diferenças entre o PS de Governo e o PS de Oposição até poderiam explicar a coisa, mas os motivos são outros. Entre os eleitores ninguém imagina Seguro como primeiro-ministro. Nem mesmo que já se tenha avistado Pedro Silva Pereira na comitiva do secretário-geral. Nem mesmo que à porta-fechada se fale em moções de censura.

 

Na oposição interna, António Costa, Augusto Santos Silva e Francisco Assis tentam levantar a cabeça, mas por essas bandas - a direita do PS - a percepção dos dias que correm ainda é mais difusa. Contarão espingardas, fazem contabilidade e gerem lugares a distribuir. Manuel Alegre, cuja capacidade de análise é mais fraca que o instinto, disse há dias que Assis, por exemplo, "não percebeu nada de nada".

 

Daniel Bessa, que é independente, foi ministro de Guterres e tem a seu favor ter fechado os hipers aos domingos, sugeriu que o país vai tão mal que o PS deveria integrar o Governo alargando a maioria que o sustenta. Desejos de quem viu parte da luz e ainda acredita que é possível salvar a sua parte no navio que se afunda. Pessoalmente, talvez se safe, mas o rombo não permite sequer que o barco consiga boiar.

 

Quatro parágrafos para chegar a Pedro Nuno Santos, um dos ex-dirigentes da JS (que de quando em vez vai dizendo coisas com sentido. Hoje no jornal i percebeu finalmente que "[e]stamos em guerra"Que "Portugal deve fazer pressão pública, promover ativamente alianças com outros países, aproveitar a energia dos protestos dos portugueses como instrumento de pressão negocial e, em última análise, rejeitar mesmo a aceitação de condições de ajustamento suicidas".


Contraditório é que numa altura em que sectores do PS parecem ter começado a perceber o que está em causa na Europa, no euro e no país que nos últimos quase 30 anos ajudaram a construir, se lembrem de recorrer a Jorge Coelho para apoiar em Viseu uma candidatura autárquica. O antigo ministro de Guterres é uma figura pessoalmente simpática, mas não tem condições para, em concomitância, continuar a ocupar espaço empresarial e espaço político.


 

 

 

 

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publicado às 16:51

Razões práticas

por Tempos Modernos, em 31.01.13

De um ponto de vista de esquerda, é desejável que António Costa vá a secretário-geral do PS, dirigindo a alternância no Executivo. 

 

Entre ele e Seguro, muito provavelmente, a diferença na governação não será de grande substância.

 

Mas se ficar só ocupado com a Câmara é bem capaz de começar a pensar em Belém, dificultando a vida a Carvalho da Silva. 

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publicado às 19:45

O Pai Natal servido aos adultos

por Tempos Modernos, em 26.01.13

Na caixa de comentários online da TSF, alguém critica Seguro e António Costa.

 

Ensaiando um arremedo de análise política, apela a Vitorino (o António e não o cantor) para vir "prestar" um serviço ao país.

 

Algum eleitorado - que, ainda por cima, pelo tom e pela tentativa de interpretação, se considera informado - é de uma candura desarmante.

 

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publicado às 11:25

Costa à vista

por Tempos Modernos, em 13.01.13

Conta-se que Passos Coelho deixou de aprovar os pacotes de estabilidade e crescimento do PS por haver menezistas que lhe ameaçavam a presidência do partido.

 

Os seguristas vieram agora falar na demissão do Governo, o que constitui uma mudança de degrau energético no modo de fazer oposição. Haverá já mouro na costa? 

 

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publicado às 10:55

Minar a democracia

por Tempos Modernos, em 07.10.12

 

(Foto: ionline.pt)

 

Nuno Melo (do CDS-PP), João Semedo (do BE) ou Honório Novo (do PCP) são possivelmente os deputados que em 2008 e 2009 mais se destacaram na "Comissão Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à existência de uma falta grave na actuação do Banco de Portugal no exercício do seu poder de supervisão do sistema bancário no caso do Banco Português de Negócios".

 

Num parlamento onde já existiram dez inúteis comissões de inquérito ao acidente que vitimou Sá Carneiro em Camarate, os trabalhos da comissão do BPN foram quase unanimemente considerados como verdadeiramente prestigiante para o trabalho dos parlamentares.

 

Com a proposta de redução de deputados feita no 5 de Outubro por António José Seguro, não é apenas o pluralismo que é posto em causa. No parlamento desejado pelo secretário-geral do PS, o trabalho de Melo, Semedo e Novo teria sido grandemente dificultado.

 

 

Um parlamento em versão de bolso, forçaria os muito poucos deputados das bancadas mais pequenas a desdobrarem-se entre comissões, sobrecarregados de trabalho e não conseguindo aprofundar assunto nenhum, piorando a qualidade do seu trabalho.

 

Quem defende a proximidade entre eleitores e eleitos tem aqui um passo de gigante no sentido contrário. Que os comentários online nos jornais pareçam apoiar a medida ajuda a explicar o ponto em que o país se encontra. Ajuda também a perceber qual é a rua que os partidos do bloco central estão interessados em ouvir.

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publicado às 10:19

 

No debate quinzenal, Seguro diz a Passos Coelho que este deveria ter trazido os dados do desemprego como tema a discutir.

 

O primeiro-ministro replica ser tentador "seguir a agenda mediática".

 

Por acaso, os dados ontem revelados pela comunicação social revelam cerca de 800 mil portugueses desempregados.

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publicado às 10:27

O sucessor anunciado

por Tempos Modernos, em 24.07.11

 

António José Seguro sai vencedor de umas eleições em que terá convencido pouca gente das suas capacidades para encostar a verdadeira direita às cordas.

 

Também se duvida que seja capaz de refundar o partido como pediu Mário Soares - embora para já tenha recusado a revisão constitucional tal como defendeu o antigo Presidente da República.

 

Depois de deixar a autarquia, António Costa tratará dele e voltará a pôr o PS na linha justa. Quer se goste quer não, o novo secretário-geral andou durante os seis anos de Sócrates a fazer críticas ao Governo. Mansinhas, mas críticas.

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publicado às 10:55


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