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Passara já do meio o primeiro mandato de Cavaco em Belém quando se noticiou que, entre os mais próximos do presidente e José Manuel Fernandes, director do Público, se tentara cozinhar a ideia de que o Governo de Sócrates tinha o inquilino presidencial sob escuta.
Naqueles outros países aos quais Fernandes tem dado tanto jeito e feito tantos favores, os Watergates fazem cair presidentes. Por cá não se conseguiu que impedisse a reeleição do político apanhado em complôs contra os adversários. Dizia-se - ainda há quem o diga sem vergonha - não haver alternativas, embora todos os candidatos presidenciais fossem, pelo menos, bem mais corajosos do que Cavaco.
O modo como foi revelada a inventona levou a comissão da carteira profissional da classe a admoestar os jornalistas que tinham denunciado a tramóia no Diário de Notícias. Os outros jornais não deram ao caso a cobertura que a democracia e o civismo exigiam.
Há dias, em entrevista à Visão, Fernando Moreira de Sá contou, aparentemente orgulhoso, as canalhices que com um bando de cúmplices foi pondo em cena para afastar adversários políticos - do Governo de José Sócrates e do seu próprio PSD. Jornalistas, gente dos blogues, assessores de imprensa e gente ainda pior.
Enquanto josés manuéis fernandes, paulos ferreiras, luíses rosas, rauís vazes, paulos baldaias, joões miguéis tavares, camilos lourenços e outros tarefeiros do poder acusam, íntima ou publicamente, Mário Soares de ter sido violento na Aula Magna, não se consegue ouvir nas televisões quem diga, com todas as letras e do modo continuado que a coisa merece e exige, aquilo que a quadrilha de Moreira de Sá realmente é.
E como ninguém os cita onde se poderiam notar e fazer a diferença, leia-se ao menos Oscar Mascarenhas, hoje; Fernanda Câncio e Ferreira Fernandes durante a semana.
Afinal, a justificação é do gabinete do ministro. O deputado Meneses apenas terá assumido a função de pé-de-microfone.
Dizem do gabinete do ministro adjunto que "como é óbvio, a decisão de publicar ou não uma determinada notícia compete exclusivamente aos membros da direção editorial de um órgão de comunicação social".
É mais grave. Se fosse só um deputado a achar que éramos parvos, ficava a gente mais descansada.
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