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Há pouco tempo, o canto da varanda, um bloco maciço de cimento e ladrilhos, com perto de um quilo, caiu da altura de um quarto andar, sem que se tivesse dado pela fractura iminente.
Era fim-de-semana e iniciou-se a ronda das capelinhas, quem interditaria a vertical do prédio de maneira a impedir acidentes com as pessoas e as viaturas que habitualmente estacionam no passeio debaixo das varandas.
Passou-se pela PSP e pelos bombeiros e acabou-se a falar a um domingo com o responsável da protecção civil do concelho.
Explicou-se ao simpático senhor que almoçava com a família que podia ser domingo, mas convinha fazer qualquer coisa no imediato, pois ele adiava para o dia seguinte.
Entre ele vir colocar obstáculos à circulação no passeio - que impedissem estacionamentos e a passagem de pessoas - e iniciar uma obra poderia voltar a cair qualquer coisa e morrer alguém.
Apesar da primeira resistência, não foi difícil convencê-lo a vir. Mas depois não contactou ninguém para perceber melhor a situação. E fez asneira. Ao chegar, instalou os obstáculos e foi-se embora. Ficaram sob a varanda errada.
Os donos da varanda lá corrigiram a situação, arrastaram os pinos e as faixas delimitadoras para debaixo da varanda certa. Não contavam era com os vizinhos. Ao longo dos dias seguintes, até se iniciar a obra imediatamente pedida, os obstáculos foram sendo retirados, mudados de sítio, reajustados na posição. Havia quem estacionasse ali, as pessoas continuavam a passar por lá.
Havia sempre alguém que mexia nas balizas e as mudava de sítio como se não estivessem ali para minimizar o risco potencialmente fatal da queda vertical de calhamaços de cimento e ladrilhos. Não lhes ocorria que aquele estendal tinha uma qualquer justificação, nem mesmo tendo pespegada a identificação da protecção civil concelhia. Pensavam lá que pudessem estar a matar alguém.
(fonte: tvi24.iol.pt)
As acções de Santana Lopes são como pedradas num charco, gerando ondas ininterruptamente.
Há que esperar por Helena Roseta para se começar a perceber as consequências de obras como as da sua casa de banho na Misericórdia lisboeta ou de projectos como este, de empreendedorismo.
Nota: a introdução de quebra de parágrafo é minha.
O direito à informação existe para os cidadãos terem acesso às propostas de gestão da cidade.
Não existe para os jornalistas escolherem as propostas de gestão da cidade a que os cidadãos podem ter acesso.
Nota: A separação por parágrafos é minha.
Volta não volta regressa um certo discurso de uns ainda mais certos, mas confusos, arautos da liberdade de imprensa.
Há os que por muitas e frenéticas justificações que carreiem e em que se desdobrem não se livram das acusações de beneficiar o Governo enquanto demonstram falta de qualidades e vocação para estar à frente de um serviço público de informação.
Há também os que torturam ideias, com incorrecções e ligeireza. Os que se reclamam, arrogam e presumem de uma qualquer superioridade na classe.
Supreendentes são algumas aparentes rendições ao complexo corporativo-mediático, se calhar suficientemente satisfeitas com as próprias quotas de notoriedade.
As mesmas estações que obtiveram a concessão de frequências públicas convergem na recusa em prestar serviços a que se comprometeram. Falta de meios, dizem elas, quando são às mãos cheias os repórteres enviados para qualquer evento futebolístico ou se perdem minutos e meios preciosos a cobrir banalidades como o galo de Resende.
Claro que as arruadas nada informam. Nada se perde por as televisões não as acompanharem. Claro que os meios dos órgãos de informação não são infinitos, nem conseguem chegar a todo o lado. Claro que muitas questões têm apenas interesse local. Mas, por muito que se aleguem outros motivos, os boicotes dos canais televisivos nacionais à cobertura jornalística das autárquicas justificam-se mais por preguiça intelectual, má gestão dos meios disponíveis e espírito corporativo.
A mero título de exemplo, distribuídas pelos três canais abertos que costumam entre si combinar a emissão de debates, podiam passar-se reportagens temáticas sobre as capitais de distrito e maiores cidades das regiões autónomas. Fazer o mesmo com umas quantas autarquias mais sensíveis ou de resultados mais imprevisíveis. A lei - que data de 2001 (pdf) e não do PREC, como algumas almas bastante mal informadas fazem passar - permite-o: o articulado é suficientemente aberto a interpretações que não forcem à cobertura da totalidade dos 308 concelhos. As direcções de informação optaram por esticar a corda e deitar fora o bebé com a água do banho
Sobre este assunto, salva-se a posição do Sindicato dos Jornalistas. Ao menos por lá percebe-se que são os cidadãos que têm Direito à Informação e que a classe apenas existe para servir e salvaguardar este direito. Os jornalistas não existem para arrogantemente se armarem em cão com pulgas. Não existem para atropelar pluralismo e democracia em nome de valores que passam no essencial pelo que alguns - com seus critérios aboslutamente pessoais - garantem ser o mercado mediático.
Nota: o título deste post foi alterado e alguns parágrafos foram reescritos.
Luís Filipe Meneses deve andar a ler o Tempos Modernos.
(Foto: Bola.pt)
Sobre o Governo de Santana Lopes, escreveu-se bastamente.
Sobre a prévia tresloucada passagem do antigo primeiro-ministro pela autarquia lisboeta e que até fez cair António Guterres, nem por isso.
Há dias assinalaram-se dez anos sobre o fecho da Feira Popular, uma daquelas decisões inconsequentes, tomadas em cima do joelho por Santana Lopes, com o apetecível espaço imobiliário por lá deixado ao abandono, à ruína.
Deixou um túnel no marquês (cuja lógica viária e para a sustentabilidade de uma política de transportes é mais que duvidosa), um jardim no Arco do Cego (com um pavilhão arruinado e a servir de parque de estacionamento).
Que a Fundação "O Século" tenha perdido a Feira Popular enquanto fonte de rendimentos e tenha de inventar novos negócios para viabilizar projectos sociais é apenas uma das consequências das políticas de Santana Lopes, actos que destroem a longa distância e que muito depois de cometidos continuam a ter consequências.
(Foto: oribatejo.pt)
Moita Flores diz querer continuar o caminho de Isaltino Morais na autarquia de Oeiras. E, em relação a uma candidatura de Fernando Seara à Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Relvas mostra-se disponível para fazer campanha de manhã à noite.
Há coisas que é melhor não dizer e apoios que é melhor não ter.
Em princípio, a candidatura de José Castelo Branco à presidência da Câmara de Sintra será um não-assunto.
Mas servido e destacado pelas secções rosas da imprensa, corre riscos de se tornar assunto.
Para já anunciou o ódio aos partidos e a sua primeira proposta é do foro do racismo: acabar com as lojas chinesas em Sintra.
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