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TÃtulos como este fazem tocar a rebate muito sino partidário.
Não ganharia a Marcelo Rebelo de Sousa, mas em tendo condições pessoais Manuel Carvalho da Silva poderia pensar na velha ideia de concorrer a Belém. Seria um candidato capaz de fazer um pleno de apoios à primeira volta.
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Depois de dez anos daquilo, em Belém, ainda há "na direcção socialista quem sublinhe ao PÚBLICO que o PS pode passar bem sem apoiar nenhum candidato e até ver eleger um Presidente que não seja de esquerda."
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Não perceberam nada. E nem vão perceber.
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Na altura em que se publicou isto, iam-se os jornais enchendo dos habituais defensores dos consensos que nos trouxeram à presente tragédia económica elogiando as palavras do defesa direito de Passos Coelho e Paulo Portas em Belém.
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No dia a seguir, 70 agentes polÃticos, económicos e sociais lançaram um manifesto defendendo a reestruturação da dÃvida, em manifesto contrapelo com a opinião cavaco-governamental da véspera.
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Cavaco, é mais que público, manteve até ao limite do insuportável Dias Loureiro, no Conselho de Estado, e trocou-o pelo o sempre opinoso, amoral e cÃnico VÃtor Bento. Mandou recolher Fernando Lima aos aposentos e para longe dos olhos depois de este andar com José Manuel Fernandes dando corda à inventona das escutas. E podia continuar-se.
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Agora, dois assessores presidenciais atreveram-se a subscrever o manifesto dos 70. Já tiveram guia-de-marcha para fora do palácio de Belém.
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Cavaco vinca bem em que alhada nos quer a todos metidos.
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(Foto: SIC NotÃcias)
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Num paÃs com uma opinião pública mais informada e exigente, VÃtor Bento não teria condições para ser conselheiro de Estado ou para, através da comunicação social, dar conselhos moralistas aos outros.
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Mas é. E é um dos propostos por Cavaco, que só tem nomeado gente que pensa como ele, ao contrário de Mário Soares e Jorge Sampaio que procuraram o pluralismo no aconselhamento.
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Vir agora um conselheiro de Estado defender a refundação do regime e revisão da constituição, na linha de Passos Coelho, lança confusão sobre o longo silêncio cavaquista, quebrado apenas num hotel de luxo.
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Curioso quando até o FMI parece já ter percebido algumas coisinhas básicas e Cavaco fora de portas também. Caso não se tenha dado por isso, a refundação do paÃs e a revisão da Constituição apenas visam promover o rumo que se tem seguido.
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Sobre o sÃtio onde Relvas obteve alegada informação sobre a vida privada de um jornalista para a publicar há quem se questione e há quem acuse.
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Acredito que exageram. O ministro adjunto sempre cultivou as relações com os jornalistas. Cheguei a vê-lo na São Caetano à Lapa, rodeado de vários, gargalhando todos. Ruidosos, barulhentos, como velhos camaradas, a linguagem de caserna, desbragada.
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São daquelas coisas que aproximam as fontes, diz-se.
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Possivelmente, Relvas terá apenas recorrido ao arsenal de má-lÃngua, de rumores e histórias mal-contadas que contaminam as redacções. Também nunca ninguém disse que primasse pela elegância. E, no entanto, já devia ter feito o que há a fazer.
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Felizmente em Timor, Sua Excelência tem escassa moral para exigir a demissão de alguém por uma situação ligada ao condicionamento de jornalistas. Só que Passos Coelho não tem grande margem de manobra.
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Mais facilmente será destruÃdo nos jornais por isto que por erros na condução da crise. E logo à noite, Marcelo falará. E não se esqueçam que está, há muito, em pré-campanha para Belém.
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* Pilhado do tÃtulo de uma antiga coluna jornalÃstica.
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