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Nas véspera de Natal, Paulo Ferreira, um desses directores e comentadores inamovíveis da comunicação social portuguesa, recebeu com espanto fingido a notícia de que Marcelo Rebelo de Sousa admite custos para os contribuintes na solução proposta pelo Governo para os lesados do BES.
“A sério?? Por esta é que ninguém esperava.”, tuítou.
A gracinha é de uma ironia pesada e peca por tardia. Não se recordam idênticas preocupações de Paulo Ferreira com os contribuintes nos quatro anos e meio da governação da dupla Passos Coelho e Paulo Portas.
Paulo Ferreira é um jornalista medíocre e parcial cujo sucesso na carreira só se explica pelo estado comatoso a que a nossa corporação e os jornais se deixaram chegar. Eles na crista das fichas técnicas e o jornalismo nas cavas.
Em condições normais, num meio onde a informação tivesse relevância democrática e valesse enquanto bem social, as qualidades que Paulo Ferreira tem revelado no exercício público da profissão nunca o recomendariam para as várias funções de chefia jornalística coleccionadas.
O jornalismo em Portugal só se fará contra estas figuras. Não servem a informação e dão-lhe mau nome.
Ricardo Salgado é outro que não se entende muito bem quando se queixa de que portugueses preferem o subsídio de desemprego a trabalhar no Alqueva.
Paulo Morais não tem deixado de acusar o grupo Espírito Santo, que Salgado dirige, de ser um dos principais beneficiários das parcerias público privadas que arrecadarão seis a sete por cento dos recursos anuais do Orçamento de Estado.
Se é de subsídios que se fala, Salgado não prescinde do seu. Ainda por cima milionário.
Em 2012, Salgado pode ter visto o salário descer para os 548 mil euros anuais, mas que importa isso quando se sabe que nem sempre tem sido particularmente rigoroso nas contas?
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