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Dar de comer a quem tem fome é uma obra meritória. Isabel Jonet não está à altura dela. Não estava antes ao sugerir trabalho em troca do Rendimento Social de Inserção, de forma explícita ou implícita, não está quando desculpa a austeridade. Nem ontem quando voltou à carga na SIC-Notícias com propostas na mesma linha doutrinária.
Isabel Jonet é uma figura saturnina. Em ciclo vicioso, alimenta-se dos filhos que as suas ideias políticas criam e que difunde a partir do palanque legitimador do Banco Alimentar.
Em 1994, após uma temporada no sector financeiro, em Bruxelas, interrompeu o percurso profissional para regressar a Portugal com o marido e acompanhar os estudos dos filhos. De acordo com entrada enciclopédica, a que já ganhou direito, foi então, com mais tempo livre, que decidiu entrar como voluntária para o Banco Alimentar Contra a Fome, a cuja presidência chegou entretanto.
O acompanhamento que pôde e teve a possibilidade de dar aos próprios filhos nega-o aos filhos de outras mães. As suas concepções ideológicas empurram para o trabalho beneficiárias do rendimento social de inserção. Mães que, ao contrário de Isabel Jonet, não têm onde deixar os filhos nem meios para lhes pagar os infantários e as creches.
Um destes dias arrisca-se a deixar-se empurrar para uma candidatura a Belém, como já se leu em caixas de comentários online. É o tipo de figura, saído do fundamentalismo católico-caritativo-demagógico, que encontra fácil receptividade: cansei-me de a criticar sozinho na última redacção por onde passei. E, no entanto, quanto mais abre a boca mais seguro estou da minha razão.
Nota: Este post já estava escrito há vário meses mas perdera a oportunidade de publicação. Sabia-se que mais cedo que tarde viria a tornar-se útil. Regressa-se agora a ele ao notar pela blogosfera - aqui e aqui, por exemplo - que Isabel Jonet não larga o proselitismo.
* da 1ª Carta aos Coríntios, São Paulo. 1 Cor 13,4-6.
(Foto: Presépio de José Franco em rcmafra.com)
Há três ou quatro natais, em e-mail a que tive acesso e que foi enviado aos jornalistas com contrato e a outro pessoal da casa, um grupo jornalístico lembrava a necessidade de que as empresas tivessem consciência social. Pedia por isso aos seus trabalhadores que contribuíssem com dinheiro para comprar presentes para as crianças de uma obra de assistência.
Havia jornalistas indignados pois a empresa não satisfeita em pagar-lhes 500 euros, pelas dez horas e mais de trabalho diários, ainda lhes vinha lembrar como eram egoístas por não contribuirem para ajudar as crianças.
Podia referir o nome da empresa, mas como não me lembro dos contornos exactos do pedido, nem da identidade de quem o fez, prefiro omiti-la.
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