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Lisboa é uma cidade de senhorios

por Tempos Modernos, em 29.09.17

Saiu do Ministério de Assunção Cristas a lei que liberalizou as rendas antigas. A legislação de que a hoje presidente do CDS-PP foi mentora contribuiu bastante para alguns dos mais mediáticos problemas com que a cidade se confronta:

 

As subidas descontroladas dos preços de venda e de arrendamento das casas em Lisboa,

A expulsão de ainda mais gente para a periferia,

O fim de muitas casas e estabelecimentos históricos da capital,

Os prédios de alta rotatividade, já não para morar, mas apenas para se passar por lá uns dias.

 

Ainda, assim, dizem sondagens (aqui, por exemplo) que poderá ficar à frente de Teresa Leal Coelho, a candidata laranja.

 

Das duas umas, ou há falta de memória dos eleitores ou há muitos proprietários e senhorios agradecidos na cidade.

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publicado às 16:54

Recidivas de um discurso do CDS-PP

por Tempos Modernos, em 18.09.17

Estava convencido de que estes já tinham posto de parte a conversa d'Os miseráveis que paguem a crise.

 

Dois anos depois de terem saído do Governo continuam sem perceber onde estão as prioridades sociais e das coisas a fiscalizar.

 

E ainda recuperam o modelo sonso-suicida usado por Passos Coelho em Pedrógão Grande: o de que foi alguém que lhes falou no assunto.

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publicado às 17:12

Uma que não deixa saudades no jornalismo

por Tempos Modernos, em 11.06.17

Raquel Abecassis terá deixado o jornalismo para concorrer a uma junta de freguesia lisboeta nas listas do CDS-PP e de Assunção Cristas. Talvez seja melhor no exercício do cargo do que no exercício jornalístico.

 

Fez parte durante anos dos quadros da Rádio Renascença, um canal de referência noticiosa, onde chegou a directora-adjunta, e fez muitas vezes análise política nas televisões. Nos últimos tempos escreveu no digital da estação artigos contra a pós-verdade, embora nada a recomendasse para se insurgir contra as ideias falsas propaladas como verdadeiras.

 

A seguir às últimas legislativas, Raquel Abecassis insurgiu-se contra a Constituição que retardava a formação de Governo. A Lei Fundamental é um suspeito habitual, mas o prolongar do tempo para a entrada de um Governo em funções deveu-se mais à acção lenta e ressentida de Cavaco - em quem provavelmente Raquel Abecassis votou - do que ao que está escrito nos vários artigos do capítulo acerca da Formação e Responsabilidade do Governo.

 

Nada do que ali vem impede que um Governo entre em funções num prazo de duas semanas, no máximo de três, após as eleições. O Presidente da República tem de ouvir os partidos, o que pressupõe que estes falem primeiro entre eles, a remoer resultados, durante um par de dias após as eleições. Isso dá depois outro par de dias para o PR ouvir os partidos, outro tanto para para tomar uma decisão. E entretanto estamos no sábado seguinte. O PR nomeia, o Governo tem dez dias para apresentar o programa à Assembleia da República, o Parlamento três para o discutir. E o Governo entra em efectividade de funções. Está tudo escrito entre os artigos 187º e 192º da Constituição.

 

Mas Raquel Abecassis resolveu lançar-se à Constituição e opinar contra o que lá vem realmente escrito, sem que nas semanas seguintes isso a impedisse de criticar a chamada pós-verdade noticiosa - uma coisa que ela própria vinha ajudando a construir.

 

Olhe-se por onde se olhe nada recomendará muito Raquel Abecassis como jornalista e analista política.

 

Raquel Abecassis pode não ter lido a Constituição e pode ter falado de cor, o que revela uma prática jornalística medíocre.

 

Raquel Abecassis pode ter lido a Constituição e não ter percebido o que leu, o que também não lhe revela especiais dotes no exercício da profissão.

 

Raquel Abecassis pode ter lido a Constituição, ter percebido o que lá vem escrito e mesmo assim ter opinado como opinou. E isso arrasa quaisquer qualidades jornalísticas.

 

Olhando à volta, para a classe, acredito bastante que Raquel Abecassis caiu numa das duas primeiras possibilidades. A classe tem as qualidades, competências e capacidades de reflexão que tem. Chamam-se uns aos outros e reproduzem-se. E então nas chefias a mediocridade directamente proporcional aos egos é confrangedora. E isso reflecte-se dramaticamente na qualidade da informação produzida.

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publicado às 11:07

Paulo Núncio mostrou uma grande elevação de carácter e o país deve muito ao doutor Paulo Núncio pelo trabalho de combate à fraude e à evasão fiscal", disse Assunção Cristas aos jornalistas.

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publicado às 17:11

Estratégia de desgate

por Tempos Modernos, em 10.02.17

Mário Centeno vem frustrando sucessivos avisos catastrofistas acerca da economia portuguesa feitos pelo PSD, CDS, Comissão Europeia, OCDE, FMI e eurogrupo.

 

Os partidos da oposição esperam fazê-lo cair com os contornos trapalhões da nomeação de António Domingues para a administração da Caixa Geral de Depósitos. Mas o Governo de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas deixou o banco público armadilhado. Apesar da surpresa deixada por aqueles dois governantes, o ministro das Finanças do Governo de António Costa conseguiu negociar uma solução aprovada por Bruxelas.

 

A estratégia da oposição é de desgaste - quer do titular das Finanças, quer do banco público - mas está-se mesmo a ver a vontade que António Costa, PS e as esquerdas parlamentares terão de deixar cair o ministro.

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publicado às 13:08

Algumas precisões por causa dos 25 dias de férias

por Tempos Modernos, em 27.01.17

Os 25 dias de férias para trabalhadores com um certo número de anos de serviço foram postos no Código de Trabalho por Bagão Félix, no tempo de Durão Barroso. Vendeu-se na ocasião ser um modo de compensar os trabalhadores por várias garantias tiradas pelo Governo, em nome de uma muito alegada competitividade laboral.

 

Numa política de pequenos passos, de tirar um pedaço de cada vez, depois de Bagão Félix trocar garantias laborais pelo rebuçado, já então nada equivalente, dos 25 dias de férias, passou-se à fase seguinte. Ou seja, no Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, as férias foram reduzidas para os 22 dias anteriores. Mas as garantias retiradas aos trabalhadores pelo ministro do Governo PSD/CDS-PP, de Durão Barroso e de Paulo Portas, não foram repostas.

 

ainda não foi desta que regressaram os 25 dias dados da outra vez como rebuçado - um rebuçado, como se verifica, facilmente retirável e esquecível. Não se percebe por isso muito bem o sentido de discutir a reposição dos 25 dias tirados na concertação social em vez de repôr uma promessa feita há 15 anos e traída entretanto.

 

É que não se está a discutir um aumento de direitos. Está-se a discutir a reposição de algo que foi trocado por vários recuos laborais que os autores diziam ir trazer crescimento dos salários e do emprego.

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publicado às 19:03

Passos Coelho nunca viu mal em Trump

por Tempos Modernos, em 13.11.16

Todos conhecemos demasiada gente que se dizia enganada por Passos Coelho e pelas propostas que o levaram ao Governo pela primeira vez.

 

E, por algum motivo, cerca de um milhão de eleitores debandou da primeira vez que o então primeiro-ministro (com o CDS-PP) foi a votos para legislativas. Cada um terá um motivo bem pessoal para não ter votado nos partidos da coligação. Mas, ainda assim, haverá demasiada gente a fazer leituras esquemáticas da política.

 

Quando Passos Coelho afirma nunca ter embarcado "na ideia de que Trump é tão mau que tinha de ser derrotado" está a relativizar propostas de índole autoritário, quase fascistas. A caucionar ideias racistas, anti-imigração, sexistas, de agressão às minorias, que nem sequer serão as suas.

 

Infelizmente, este não embarque de Passos Coelho, esta contemporização com ideias perversas e perigosas, tem demasiados cultores  quer no seu partido, quer na comunicação social. E há quem o diga mesmo dentro do próprio PSD do ex-primeiro-ministro.

 

Da próxima vez que forem votar, os mesmo eleitores que há pouco se diziam enganados, terão isto em conta? Duvida-se muito. Há-de estar lá outro alguém a dar a cara, e as pazes serão feitas. Já nem se lembrarão do relativizar de ataques racistas, sexistas e outros. Se é que relamente acham estas questões importantes.

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publicado às 12:16

Mota Soares ao estar no governo com os colegas de partido Assunção Cristas e Paulo Portas

 

Cortou o abono de família

Reduziu o subsídio de desemprego 

A indemnização por despedimento

Impôs dias de trabalho gratuitos tirados das férias e dos feriados

E mais cinco horas semanais gratuitas no Estado

Eliminou o descanso compensatório por trabalho suplementar

Aprovou os cortes nas pensões nominais

 

Mota Soares ao estar no governo com os colegas de partido Assunção Cristas e Paulo Portas

 

Não hesitou em cortar pensões

Aprovou orçamentos inconstitucionais pela sua crueldade contra os mais idosos.

 

Em quatro anos no governo com os colegas de partido Assunção Cristas e Paulo Portas

Mota Soares só aumentou

 

Pensões sociais e rurais

E as que tinham curtas carreiras contributivas (até 15 anos no regime geral, até 18 anos na CGA)

Deu-lhes entre 12,01 e 15,14 euros

Mas esqueceu-se dos que contribuíram mais de 15 anos no regime geral e que têm pensões abaixo dos 275 euros

 

Nesses quatro anos que Mota Soares passou no Governo com os colegas Assunção Cristas e Paulo Portas

 

Pagou aqueles poucos aumentos

Tirando aos mais pobres

Cortando no Complemento Solidário para Idosos

E noutras pensões

 

Mota Soares queria voltar a estar no governo com os colegas de partido Assunção Cristas e Paulo Portas

 

E até prometia tirar mais 2400 milhões de euros às pensões até 2019

 

Agora, Mota Soares colega governo e de partido de Assunção Cristas e Paulo Portas

 

Acordou para a vez dos doentes, os novos ciganos e malandros do RSI

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publicado às 18:53

Isto é jornalismo?

por Tempos Modernos, em 15.10.16

Para falar do Orçamento do Estado de 2017, José Gomes Ferreira levou ao programa Negócios da Semana, na SIC Notícias, João Duque, Paulo Núncio e Vasco Valdez.

 

Nos primeiros tempos da tróica, e já antes, João Duque era um dos mais fervorosos apoiantes das medidas de austeridade e do Governo PSD/CDS-PP.  Paulo Núncio, do CDS-PP, e Vasco Valdez, do PSD, são dois antigos secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - o primeiro com Pedro Passos Coelho, o segundo com Cavaco Silva e com Durão Barroso

 

Onde é que está cumprida aquela ideia peregrina de que os "factos devem ser comprovados, ouvindo AS PARTES com interesses atendíveis no caso"?

 

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publicado às 11:25

Mudanças de paradigma (reescrito)

por Tempos Modernos, em 31.08.16

Perante o pedido de pagamento de IMI de prédios da igreja feito por algumas repartições de finanças, a presidente do CDS-PP ameaça.

 

Pelo menos é isso que parece decorrer do modo como Assunção Cristas põe a questão. Um estilo causa-efeito plasmado como vingança:

se cobrarem impostos à Igreja, o CDS-PP exigirá o fim da isenção do IMI de partidos e sindicatos.

 

É a responsável máxima de um partido civil a retaliar sobre os partidos e os sindicatos em nome da Igreja a que pertence.

 

O Partido do Paulinho das Feiras terá dado lugar ao Partido da Sãozinha das Freiras.

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publicado às 15:58


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