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Retratos sociais (e políticos)

por Tempos Modernos, em 05.04.11

 

O Instituto Nacional de Estatística (INE) foi forçado a retirar duas perguntas dos Censos 2011, por se considerar que são do foro privado dos cidadãos.

  

Ultimamente tenho tratado estatisticamente dados sobre a emigração portuguesa na transição da Monarquia para a República.

 

Assentam em censos e informação publicada pelo INE. E tenho-me deparado com um problema. Com os dados que existem, um certo tipo de caracterização histórica torna-se impossível de fazer. Há muitas coisas que nunca será possível perceber ou distinguir.

 

Nos censos de 2011, o INE agregará a população dos falsos recibos verdes com a população dos trabalhadores por conta de outrem. Justificam com os métodos internacionais para dar uma imagem errada da situação laboral no país, mascarando a realidade. 

 

Várias organizações (aqui e aqui, por exemplo) têm apelado à desacoplação das variáveis. Mas, por esta altura, já mais de 2,5 milhões de portugueses terão respondido ao inquérito. A despesa feita é a eterna desculpa para manter mal o que nasceu torto. A partir de que dados devem os decisores políticos exercer a sua actividade? Com os verdadeiros ou com uns martelados ad usum Delphini?

 

Não seria melhor que o INE tivesse independência e autonomia científica? Que sentido faz que a não tenha? 

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publicado às 13:27

Perguntas com intenção

por Tempos Modernos, em 15.03.11

 

 

 

 

Pedem-nos para os Censos 2011 que respondamos sobre o modo como exercemos a nossa profissão.

 

Quem for falso recibo verde deverá indicar que trabalha por contra de outrem. No fundo, agregam modalidades de se ser trabalhador precário, preferindo o domingueiro retrato risonho ao retrato de conjunto da população. 

 

Como jornalista tenho de perceber a intenção desta pergunta e informar.

 

Como ex-dirigente académico, que promoveu e acompanhou elaboração de estudos, combati tendências de responsáveis para interpretar e martelar os estudos conforme casuisticamente lhes dava jeito. Como formado em engenharia, percebo que um questionários tenha de ser prático mas também sei manipular números. 

 

Como aprendiz de historiador sei que os que vierem depois de nós irão lamentar que estes dados não tenham sido desagregados

 

Como cidadão é meu dever lutar para que se substituam os questionários e se não o fizerem não responder à questão e fazer tudo para que ela seja boicotada. 

 

Gostava de ver como reagiriam se todos os manifestantes de dia 12 de Março resolvessem agir. Será que seríamos multados?

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publicado às 21:42


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