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Um economista explicava na televisão que o aumento do salário mínimo dos 530 euros para os 557 euros é um aumento signficativo para as empresas, pois é um aumento de cinco por cento.
Eu que sou engenheiro tenho sempre alguma dificuldade com a compreensão matemática dos economistas que falam na televisão e que dizem coisas nos jornais. É que cinco por cento de coisa quase nenhuma ainda continuam a ser coisa quase nenhuma.
Um aumento de cinco por cento do salário mínimo nacional corresponde a menos de 1 euro por dia de aumento. Há por aí muitas empresas que não sejam capazes de acondicionar nas contas mais 1 euro por dia por cada trabalhador que lá têm?
Os incêndios florestais em Portugal trazem sempre alguns tópicos populistas de discussão.
Primeiro, surge a ideia peregrina de lançar os incendiários às chamas. Já a ouvi da boca da mesma pessoa que lançava beatas de cigarro pela janela do carro e que se zangava por lhe chamarem a atenção.
Depois, fala-se dos desempregados e dos beneficiários do rendimento de inserção que devem se postos a limpar matas. Não ocorre aos proponentes que a falta de limpeza das florestas portuguesas também decorre das poupanças obtidas com o fim dos guardas florestais, atirados para a GNR, e até dos cantoneiros da antiga JAE. Entre a criação de empregos ligados à floresta e o forçar desempregados e pobres a limpar as matas há sempre uns quantos a preferir a segunda opção.
Por fim, outro tópico recorrente é o do uso dos militares no combate aos incêndios. Se há quem queira aproveitar desempregados e beneficiários do rendimento mínimo em trabalhos de limpeza de mata para o qual não têm vocação nem treino, é natural existir quem queira desviar as Forças Armadas daquilo para que elas servem e para o que são treinados.
Isto, embora, em caso de necessidade, as Forças Armadas possam e devam apoiar os bombeiros e a protecção civil. Como ainda agora se viu claramente na Madeira. A Força Aérea até poderá usar horas de voo em treino de ataque a incêndio. Durante o Verão o Exército pode e deve fazer treino de campo e patrulhas nas matas. A arma de Engenharia pode e deve abrir picadas e estradas corta-fogos.
Mas se calhar, sem treino específico, os militares do Exército apenas serão aproveitáveis como auxiliares, na retaguarda dos bombeiros, e nas situações mais dramáticas. Não se substituem a forças de combate a incêndios bem treinadas e bem equipadas. Mas não é disso que se trata, o pressuposto desses críticos (e, por um variado conjunto de motivos, há jornalistas entre os mais excitados pelas chamas) é que as Forças Armadas gastam dinheiro e não fazem nada, tal como os desempregados e os beneficiários do rendimento mínimo. Entre a opção de planear e ordenar para evitar catástrofes e emergências, há sempre uns quantos que preferem improvisar.
Fica sem se perceber muito bem o objectivo informativa que cumprirá um programa como Política Sueca, da RTP 3, conduzido por Daniel Catalão.
No episódio ainda agora apanhado, comentam Ricardo Jorge Pinto, Cristina Azevedo e Nicolau Vale Pais.O tema lançado foi o de recentes declarações de António Costa e de Catarina Martins, em vésperas de congressos.
Pelo que no Google se apanha da intervenção e análises dos três comentadores não se percebe muito bem a amplitude do contraditório e do pluralismo que dali surgirá.
A comunicaçao social portuguesa fez natural esta coisa da multiplicação dos comentadores.
São sempre os mesmos, sempre quase iguais, sempre saídos dos mesmos sítios, sempre a convidarem-se uns aos outros, sempre a repetir as mesmas coisas.
A ver se percebemos.
(fonte: peru21.pe)
Credo, o Pulido Valente enganou-se e enviou para publicação no Público um texto que tinha para lá escrito, ainda do tempo da Guerra Fria.
Queixam-se da falta de acordo da esquerda, da demora de um mês em produzir resultados.
A mesma comunicação social que consegue emparelhar três apoiantes do Governo PSD-CDS/PP e da tróica no mesmo painel de comentadores e, de certeza, ainda fala em liberdade de imprensa, queria era ter estado este mês a fazer coisas giras com o conhecimento do acordo, do programa e com a opinião pública.
O subdirector do Diário de Notícias recupera ainda a tese manifestada, este fim-de-semana, por Henrique Monteiro, ex-director do Expresso, num painel de comentário televisivo em que também participou: a de que a existência de três moções de rejeição evidencia um PS, um BE e uma CDU "incapazes de se entenderem" nos motivos da recusa do programa da Coligação de Direita e a sua incapacidade para suportarem conjuntamente um Governo.
Empenhados em encontrar o pauzinho na engrenagem, misturam acessório e essencial. Em tempos de convergência, ignoram os sentidos da reafirmação de valores e convicções programáticas perante os eleitorados habituais. Monteiro e Saraiva passam por alto, como se não tivesse existido, a intencional e simbólica convergência na eleição do Presidente e da mesa da Assembleia da República.
De Monteiro é melhor não falar, mas Nuno Saraiva é mais sofisticado do que os argumentos que tem utilizado.
Um painel de comentário televisivo com João Miguel Tavares, Paulo Ferreira (ex-negócios e ex-RTP) e António Costa (ex-DE) pretende esclarecer a quem?
Nunca liguei, nem ligo, grande coisa a futebol e menos ainda às arbitragens. Se um clube limpava quase tudo durante 30 anos, nunca me pareceu que a hegemonia se devesse apenas às circunstâncias averiguadas no processo Apito Dourado.
No jogo inaugural do último mundial brasileiro, o primeiro golo, ilegal, foi para a Espanha. A Holanda respondeu-lhes com cinco golos. Não houve árbitro que valesse aos campeões do mundo em título.
A fazer fé no grosso de comentadores do futebol, jogou-se ontem a enésima jornada desta 1ª Liga em que o Benfica foi ajudado pelo árbitro. Não fossem estes e tenho impressão que a minha equipa se arriscava a disputar os lugares da despromoção. Lendo as crónicas e ouvindo as televisões, não me recordo da última vez em que não houve zarolhice ou premeditação dos juízes a favor do clube da Luz ou contra os seus adversários.
(Fonte: em dn.pt, Paulo Spranger - Global Imagens)
O PCP chamou-lhe "frete", Vasco Pulido Valente "um puro «tempo de antena»". Independentemente das acusações, a condução do processo de lançamento d'O País Pergunta prova a completa desadequação de Paulo Ferreira para o cargo de director de informação do canal público de televisão.
Primeiro, o programa não podia ter sido emitido em cima das autárquicas ignorando todos os outros partidos, como o director de informação do canal defendeu.
Segundo, nada justifica que este modelo do "Eleitor pergunta que o entrevistado responde" fique reservado para o primeiro-ministro e para António José Seguro, como se informar consistisse em, ainda mais que em afunilar as escolhas dos eleitores, em dar-lhes só as opções tidas como legítimas pelos cultores dos sacrossantos critérios editoriais.
Os canais de televisão têm obrigações de serviço público e de pluralismo e, mesmo quando instrumentalizada por sucessivos governantes, a RTP por maioria de razão.
No meio disto, há sempre uns grandes repórteres disponíveis para recomendar a coisa como "serviço público". Só que nada se pode fazer quanto à irreprimível vontade de certas figuras para se auto-ridicularizarem.
Nota: a introdução de quebra de parágrafo é minha.
Estou em pulgas. A SIC tem na calha os inamovíveis e imparciais Marques Mendes e António Vitorino para comentar amanhã os resultados das autárquicas. Mais uma vez, uma aposta de gabarito.
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