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Mario Vargas Llosa escreveu A Civilização do Espectáculo, Guy Debord A Sociedade do Espectáculo.
Mesmo aquém da problematização necessária, Gilles Lipovetsky escreveu acerca d'A Era do Vazio e d'O Império do Efémero.
Em A conspiração contra a América, Philip Roth ficcionou uns Estados Unidos governados por nazis e pelo muitíssimo popular aviador Charles Lindbergh, vencedor de Franklin Roosevelt, nas eleições presidenciais de 1940. E ficcionou as consequências para a Europa e para o Mundo das cordiais relações com Hitler do hipotético presidente.
O escritor Don DeLillo tem várias obras acerca do real e da sua contaminação pelo espectáculo, veja-se Mao II ou a peça Valparaiso. O recém-desaparecido Nobel Dario Fo expôs as entranhas do teatro dentro do teatro e da realidade.
Apesar das diferenças culturais (e também de valores) entre ambos, Berlusconi e Marcelo Rebelo de Sousa são realidades televisivas. E chegaram antes de Trump.
Em dia de Nobel da Literatura escreve-se que nenhum homem dos EUA vence o prémio há mais de 50 anos, desde John Steinbeck, em 1962. É um erro que em tempos de Google não se justifica.
Ora, de cor, aqui sentado na poltrona, de cor, alinho já Josip Brodsky, Isaac Bashevis Singer e Saul Bellow. Os dois primeiros são naturalizados e até nem escreveram em inglês. Já Bellow, o primeiro do trio a ser premiado, salvo erro em 1976, é um escritor masculino norte-americano tão escritor masculino norte-americano como Steinbeck.
Será aliás um dos motivos para se ir afastando Philip Roth da corrida. Valerá a pena premiar a cópia, um eterno preferido dos jornalistas portugueses, quando o original já venceu? Será este ano?
Nota final: continuando pelos EUA, em certa medida, o também nobelizável Don De Lillo, com a sua reflexão sobre a televisação e espectacularização da realidade, seria um premiado na linha do hoje desaparecido Dario Fo.
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