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Vinte anos do lado certo: Não pagamos

por Tempos Modernos, em 24.11.13

 

(fonte: publico.pt)

 

Faz hoje vinte anos que a polícia de Cavaco Silva e Dias Loureiro correu à bastonada os estudantes que se manifestavam contra o aumento de propinas no Ensino Superior.

 

Em editorial no Público, Vicente Jorge Silva iria pronunciar-se contra uns rabos e umas pilas mostradas noutras ocasiões de protesto - estendidos também ao secundário. Com irreprimível e transbordante clarividência inventava a Geração Rasca. Contribuía, e não pouco, para o descrédito da luta estudantil.

 

Pouco depois, Guterres calaria muitos protestos fixando as propinas no valor "simbólico" do salário mínimo, só que desde então não pararam de crescer e subir.

 

Hoje, as famílias portuguesas são na OCDE das que mais pagam para manter os filhos no Ensino Superior. E os estudantes que, nessa mesma geração, liam os Independentes e lutavam contra os "rascas" que saíam espancados da Assembleia da República, contra os "rascas" que mostravam pilas e rabos, são hoje secretários de Estado e ministros do nosso bonito contentamento colectivo.

 

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publicado às 12:25

Tretas jornalísticas

por Tempos Modernos, em 02.06.13

 

Trabalhei numa revista que adorava publicar estudos e inquéritos. Cenas que cheirassem a sexo, drogas, escândalo, fumos de mexeriquice preferencialmente legitimados com ferrete académico.

 

Infelizmente, a referência também não lhes foge. Este traz a chancela de uma cadeia de hotéis e não indica números.

 

Não sei que idade terão os estudantes quando se começa a falar de Shakespeare no ensino britânico. Acredito que seja ao menos semelhante aquela que terão os alunos portugueses quando se começa a falar de Camões. Ou seja, pelo 9º ano, quando as turmas são maioritariamente constituídas por adolescentes com 14 anos de idade.

 

Se fosse em Portugal, metade da faixa estária escolhida para o estudo hoteleiro teria ouvido falar de Camões, quanto mais não fosse obrigada pelos programas da escolaridade obrigatória. Com jeito admitir-se-ia que entre os 11 e os 13 anos, um número razoável tenha ouvido falar em Camões.

 

Deve ser exactamente o que se passa em Inglaterra com William Shakespeare. Talvez bastasse uma voltinha na net para perceber que a obra do dramaturgo continua presente nos programas escolares do Reino Unido, talvez bastasse um módico de incredulidade para desconfiar da esmola excessiva, talvez alguém que editasse os artigos e barrasse a publicação de lixo. Mas não se espere que se continue a fazer jornalismo quando se desiste de empregar jornalistas.

 

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publicado às 20:15


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