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Sinais positivos com borrasca à vista

por Tempos Modernos, em 15.11.16

Os sinais da economia (aqui, aqui e aqui) parecem ir apontando no sentido do crescimento. Por esta altura, no terceiro trimestre, já se farão sentir alguns efeitos do Orçamento do Estado 2016, em vigor apenas desde Março.

 

As melhorias não são tão rápidas quanto desejável, mas, para já, vão dando sentido ao que durante anos andaram a dizer aqueles a quem os jornalistas e comentadores televisivos, o conselho de finanças públicas, os partidos de direita e as confederações patronais chamam economistas radicais: Do blogue Ladrões de Bicicletas aos partidos da esquerda da esquerda.

 

Infelizmente, também, os sinais do sistema bancário europeu, a não resolução dos problemas das dívidas, a inoperância dos poderes europeus, da Comissão, a Berlim, passando pelo Ecofin, podem precipitar tudo no desastre.

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publicado às 14:35

O golpe por outros meios

por Tempos Modernos, em 19.07.16

Passaram na noite de 17 para 18 de Julho, oitenta anos sobre o início do golpe de Franco e dos nacionalistas contra o governo republicano espanhol, eleito uns meses antes. Era o início da guerra civil.

 

Em 1973, num outro 11 de Setembro, Salvador Allende, presidente chileno morria, na sequência de um golpe levado a cabo pelos militares e que levaria o ditador Pinochet ao poder.

 

Não têm faltado golpes contra as esquerdas eleitas. Hoje os métodos não são os de genocidas, como o generalíssimo espanhol, ou o de torturadores sul-americanos, como Pinochet.

 

Não é preciso ser da esquerda republicana espanhola, ou da esquerda socialista chilena para a direita se querer impor por meios não-democráticos. E não é preciso estar-se na primeira metade do século XX, em décadas de autoritarismos. Não é preciso viver-se num país de um continente crioulo, quase sempre alheado das tradições demo-liberais. Basta que, como sucede agora em Portugal, um partido de tradição social-democrata europeia, seguidor da terceira via na maior parte dos últimos anos que governou, queira atenuar medidas austeritárias da extrema-direita económica.

 

Pior, basta que surjam como esperançosos os resultados da execução orçamental do Governo do PS, apoiado pela esquerda parlamentar.  Os valores conhecidos parecem indicar o cumprimento das metas acordadas com a União Europeia, mesmo que o cenário macroeconómico se tenha degradado, também à custa  das quedas importadoras de Angola e do Brasil.

 

Para que Portugal se endireite - com o pretexto de um não cumprimento passado, sob a sua supervisão e amen -  uma Comissão Europeia não eleita, apoiada por um grupo informal de ministros da zona euro, um grupo sem existência legal que condiciona o Ecofin, exige um plano B.

 

O objectivo é óbvio. Se forem aplicadas sanções, Portugal - que parece estar no bom caminho, com a a suspensão de uma série de medidas queridas de Bruxelas e Berlim - ficará em maiores dificuldades para cumprir o acordado.  Se o Governo optar por seguir o diktat, corre o risco de perder a sua base de apoio parlamentar. E cair. As pressões sobre a Caixa Geral dos Depósitos também fazem parte do plano golpista em curso para derrubar um governo eleito.

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publicado às 19:17

As apresentações periódicas dos desempregados a receber subsídio foram criadas por Vieira da Silva, o tal ministro que jornalistas-comendadores dizem ser apreciado pela esquerda.

 

Para lhe minar qualquer credibilidade à esquerda, bastava a criação da obrigação que transforma os desempregados em arguidos com termo de identidade e residência, impedidos de sair de casa por uns dias sem autorização do IEFP, e a ter de dar conta das saídas para férias .

 

A coisa termina agora. Tantos anos para no PS darem conta da falta de critério de proporção e proporcionalidade da imposição que criaram e dos paralelismos com os termos para identidade e residência do processo penal.

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publicado às 16:59

Ventos novos

por Tempos Modernos, em 30.06.16

Wolfgang Schäuble habituou-nos à irresponsabilidade das declarações que mantêm, de modo propositado,  Portugal sob o foco crítico dos investidores e das agências de rating. Cultiva a chantagem e a sabotagem da nossa economia, sempre apoiado em gauleiters prestáveis.

 

Alguma coisa mudou nesta relação? Apenas o modo como o Governo e os seus deputados respondem ao alemão. Com um sentido de Estado e de soberania a que tinhamos deixado de estar habituados. António Costa e os seus saem-se muito melhor do que me prometiam.

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publicado às 12:13

Não é só fumaça

por Tempos Modernos, em 24.06.16

O Inimigo Público, que nunca teve gracinha nenhuma -- como, apesar dos encómios, o Contra Informação também não tinha --, lá faz uma piadola sobre a ida de David Dinis para director do Público. Só que falha a sátira e tem um espírito enganador. Pode parecer autocrítica, mas mascara a realidade.

 

Diz o suplemento do Público que

 

"Para compensar novo director de Direita David Dinis, a nova directora de O Inimigo Público é Heloísa Apolónia"

 

Além da pouca piada, a graçola (num formato recorrente na publicação) tem outros dois defeitos.

 

Primeiro, o relevante não é que David Dinis seja de Direita. Tem até um certo je ne sais quoi dar a ideia de que eventuais críticas à escolha da Sonae decorrem da legítima opção pessoal e ideológica do novo director. O problema relevante é David Dinis ter sido assessor de um primeiro-ministro, Durão Barroso, e de depois disso nunca mais ter deixado de ocupar cargos de chefia e de direcção nos jornais portugueses. É um trânsito entre a política e o jornalismo que nem se aflora - que somos todos boa gente, tirando os excluídos das redacções.

 

Depois, fazer de conta, mesmo a brincar, que a coisa ficaria balançada com a entrega de outra direcção a alguém de Esquerda alimenta uma visão do jornalismo enquanto charco sem integridade.

 

Valerá a pena a piada se nem ao menos faz rir?

 

 

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publicado às 18:19

Notícias da brava imprensa portuguesa

por Tempos Modernos, em 10.05.16

No jornal onde o censor trabalhou, e onde ainda opina, é todos os dias o cabo dos trabalhos para arranjar notícias que indiciem estar por dias a continuidade do Governo de António Costa apoiado pela esquerda parlamentar.

 

Enquanto não fecha, haja criatividade e sirva o jornal para o que serve.

 

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publicado às 16:44

Os repetidores

por Tempos Modernos, em 07.05.16

Fica sem se perceber muito bem o objectivo informativa que cumprirá um programa como Política Sueca, da RTP 3, conduzido por Daniel Catalão.

 

No episódio ainda agora apanhado, comentam Ricardo Jorge Pinto, Cristina Azevedo e Nicolau Vale Pais.O tema lançado foi o de recentes declarações de António Costa e de Catarina Martins, em vésperas de congressos.

 

Pelo que no Google se apanha da intervenção e análises dos três comentadores não se percebe muito bem a amplitude do contraditório e do pluralismo que dali surgirá.

 

A comunicaçao social portuguesa fez natural esta coisa da multiplicação dos comentadores.

 

São sempre os mesmos, sempre quase iguais, sempre saídos dos mesmos sítios, sempre a convidarem-se uns aos outros, sempre a repetir as mesmas coisas.

 

A ver se percebemos.

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publicado às 19:46

Ambiguidade representativa

por Tempos Modernos, em 22.04.16

O título da Renascença fala de “bagunça” nas provas de aferição.

Atribui a acusação aos pais e cita Rui Martins da Confederação Nacional de Pais e Educadores:

“É natural que os pais andem completamente desorientados, não se sabe o que vai ser feito em cada uma das escolas e, portanto, isto é um pouco uma bagunça – para chamar em gerigonça – que entendemos que se calhar não havia necessidade.”

A chave da notícia está no último parágrafo.

 

O pai ouvido pelo canal da Igreja Católica chama geringonça ao Governo. O termo faz parte da cassete dos partidos da PàF para atacar a solução governativa escorada nos partidos da esquerda parlamentar.

 

Fica-se sem perceber muito bem se Rui Martins fala como um pai politicamente ingénuo ou como provável apoiante do PSD e do CDS.

 

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publicado às 21:43

Um longo suspiro II

por Tempos Modernos, em 07.12.15

metro.JPG

(fonte: sol.pt)

 

Sobre a greve do Metro escreveu-se ontem, aqui, o evidente. Haver para aí gente a dizer que o Metro ia parar, uma mesmíssima gente cujo raciocínio não sai da linha.

 

Mais do que previsivelmente, a greve acabaria desconvocada. A paralisação estava marcada desde o governo de Passos e Portas, há questões que vêm de trás, a necessidade de as reafirmar; o novo governo estará sustentado em acordos que muitos jornalistas, na linha do argumentário da direita, teimam em considerar frágeis; o ponto final nas privatizações das transportadoras é já público. Era uma situação de onde só podiam sair vencedores.

 

O país mudou os paradigmas políticos, mas muitos analistas e comentadores mostram-se incapazes de ver além da linearidade do dito e do declarado. Cãezinhos de Pavlov, é o que é.

 

 

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publicado às 15:59

Um longo suspiro

por Tempos Modernos, em 06.12.15

Ainda aí gente a dizer que vai haver greve do metro esta semana. Estão preocupados, dizem, com a postura dos maquinistas, que prejudica o povo trabalhador, e receiam que isso traga Passos e Portas de volta. É o que se podem chamar Raciocínios que não saem da linha.

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publicado às 17:19


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