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As compreensíveis declarações de guerra ao terrorismo feitas por Hollande repetem outras. Em tanto lado. Um discurso mil vezes repetido que não tem posto fim aos atentados.
... mas depois desta não volto a usar nada que tenha assinatura Lagerfeld.
(Foto: O Juramento do jogo da pena, Jacques-Louis David, em http://associationclaudesimon.org)
Ao violar a promessa eleitoral de não ratificar o Tratado Orçamental Europeu - que entre outras coisas impõe limite de três por cento ao défice de países da UE - François Hollande não trai apenas os seus.
Bem pode ir ao encontro da boa gente responsável* que vê nesse valor mágico o fim último da história europeia, mas destrói a esperança de milhões. Erigido em salvador da esquerda social-democrata do continente, mostra como os socialistas e trabalhistas continuam amarrados às correntes da terceira via e como na prática se aproximam dos conservadores.
Angela Merkl bem pode sorrir ao ver cair-lhe o inesperado Hollande no abraço de ursa com que afunda a União Europeia. Só que num momento, em que a crise se adensa, galga fronteiras, não encontrar alternativas nos projectos políticos dominantes terá consequências.
Já desde há uns tempos, que os manifestantes ouvidos pelas televisões, um pouco por todo o lado, andam estranhamente articulados em termos de discurso político e económico. É uma multidão informada e crescentemente politizada, disposta a avaliar promessas eleitorais, o seu não cumprimento e impactos.
Será preciso regressar aos ensinamentos de 1789, para perceber o que trazem no bojo essas multidões que por aí andam?
*No Público de dia 25 de Setembro, atacava-se, em editorial, os verdes por contestarem Hollande e por se oporem ao Tratado Orçamental e não perceberem os sinais do tempo. É o mesmo Público que desde há anos vem estabelecendo profético o caminho europeu trilhado como inevitável, o único verdadeiro e justo. Como se comprova, esse futuro incondicional redundou num presente muitíssimo mais que imperfeito.
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