Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Este foi-se uma vez mais pôr ao jeito das bofetadas, como já tinha feito em Felgueiras. Agora, insiste em desfazer uma solução governativa que tem de modo geral cumprido e agradado aos eleitores.
Frases iluminadoras. “Exigente, complexo e estrutural” é, pois, segundo Assis, baixar a Taxa Social Única para que as empresas aceitem subir o salário mínimo.
A justificação do eurodeputado pode vir vestida com a ideia de que assim se apoia o empreendedorismo. Mesmo que, visto de outro ângulo, este alegado apoio do empreendedorismo não passe de um subsídio feito pelos contribuintes a negócios privados de empresários que querem continuar a pagar mal aos funcionários.
Vital Moreira - com mais uns quantos - não perde uma oportunidade para tentar mandar abaixo o Governo do partido que apoia.
Ao querer que António Costa estique uma das cordas essenciais afinadas com os partidos que lhe viabilizaram o Governo, Vital Moreira ignora olimpicamente vários sapos já engolidos por BE, PCP e PEV.
Além do compulsivo reflexo suicidário o que terão figuras como Vital Moreira, Vera Jardim, ou Francisco Assis para oferecer aos portugueses e aos companheiros de partido?
Francisco Assis não tem (nem nunca teve) um programa exaltante para o PS.
Todavia, um par de reparos na caixa de comentários de uma notícia que se lhe refere é o grau zero da política e da inteligência crítica.
Acusam-no de estar a morder a mão que lhe dá de comer quando contestar a solução governativa do seu próprio partido.
Que a utilizem num contexto - o da luta política - que se deseja participativo e plural diz muito das convicções democráticas e cidadãs.
Também já a ouvi da boca de uma jornalista, lá na revista. O que diz bastante das qualidades para o exercício da função.
A Rádio Renascença anuncia mudanças já a partir de segunda-feira. Entre as novidades prometem-se debates cruzados de Jacinto Lucas Pires, Pedro Santos Guerreiro, Francisco Assis, Henrique Raposo e João Taborda da Gama.
Do primeiro não falo. O segundo é um jornalista com qualidades e com ideias muito próximas do PSD. Francisco Assis é a direita do PS, o crítico interno que muitos não desdenhariam ver enquanto militante laranja e que tanto criticou a presente solução de Governo.Os dois últimos são aquilo a que a esquerda e até o centro consideram reaccionários retintos.
Manhã fora, na estação da Igreja, está garantido o contraditório, não vos parece?
(Foto: rr.sapo.pt)
Tirando o odiado Manuel Maria Carrilho e poucos mais, pelas bandas do PS são poucos os que perceberam o que se tem passado na Europa e no mundo nos últimos anos.
Com aquele tom e firmeza que o tornam notado, António José Seguro tem apesar de tudo dito uma ou outra coisa que poderia fazer sentido e no entanto não parece descolar nas intenções de voto. A circunstância de serem já bem conhecidas as diferenças entre o PS de Governo e o PS de Oposição até poderiam explicar a coisa, mas os motivos são outros. Entre os eleitores ninguém imagina Seguro como primeiro-ministro. Nem mesmo que já se tenha avistado Pedro Silva Pereira na comitiva do secretário-geral. Nem mesmo que à porta-fechada se fale em moções de censura.
Na oposição interna, António Costa, Augusto Santos Silva e Francisco Assis tentam levantar a cabeça, mas por essas bandas - a direita do PS - a percepção dos dias que correm ainda é mais difusa. Contarão espingardas, fazem contabilidade e gerem lugares a distribuir. Manuel Alegre, cuja capacidade de análise é mais fraca que o instinto, disse há dias que Assis, por exemplo, "não percebeu nada de nada".
Daniel Bessa, que é independente, foi ministro de Guterres e tem a seu favor ter fechado os hipers aos domingos, sugeriu que o país vai tão mal que o PS deveria integrar o Governo alargando a maioria que o sustenta. Desejos de quem viu parte da luz e ainda acredita que é possível salvar a sua parte no navio que se afunda. Pessoalmente, talvez se safe, mas o rombo não permite sequer que o barco consiga boiar.
Quatro parágrafos para chegar a Pedro Nuno Santos, um dos ex-dirigentes da JS (que de quando em vez vai dizendo coisas com sentido. Hoje no jornal i percebeu finalmente que "[e]stamos em guerra". Que "Portugal deve fazer pressão pública, promover ativamente alianças com outros países, aproveitar a energia dos protestos dos portugueses como instrumento de pressão negocial e, em última análise, rejeitar mesmo a aceitação de condições de ajustamento suicidas".
Contraditório é que numa altura em que sectores do PS parecem ter começado a perceber o que está em causa na Europa, no euro e no país que nos últimos quase 30 anos ajudaram a construir, se lembrem de recorrer a Jorge Coelho para apoiar em Viseu uma candidatura autárquica. O antigo ministro de Guterres é uma figura pessoalmente simpática, mas não tem condições para, em concomitância, continuar a ocupar espaço empresarial e espaço político.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.