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Subir Lall falhou sem explicações a reunião que tinha marcada com o Conselho de Concertação Social (CCS). No seu lugar mandou uns senhores que ninguém sabia quem eram, mas que ouviram e tomaram nota.
Da próxima, o chefe de missão do Fundo Monetário Internacional corre o risco de que - ao menos uma das centrais sindicais - mande um dos seus administrativos à reunião. Lall bem se pode justificar com uma falha de comunicação. Quem acredita que tanta gente, e de interesses tão divergentes, tenha ido ao engano a uma reunião do CCS que afinal era outra coisa?
Todavia, nem tudo foi tempo perdido em mais uma actuação do FMI em Portugal. Enquanto por aí andava, Subir Lall aproveitou para deixar recados acerca da política económica e social do governo. Com um sentido de oportunidade curioso, antecipava o tom e conteúdo das declarações de Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças alemão. E vincava a vontade sancionatória da comissão bruxelense.
Diz o "pequerrucho"* (Marques Mendes) que o Governo não quis espantar a "caça" (eu e os queridos leitores) e por isso não anunciou o fecho de 50 por cento das repartições de finanças existentes.
Espera-se que tenha o bom senso de as mandar fechar lá nas autarquias onde houve vitórias do PSD e sdo CDS-PP (o irrevogável Portas é que tem a pasta da reforma do Estado, ou nem por isso? ). Pode ser que tenham menos reclamações. E esses eleitores merecem ver a crença recompensada bem como participar nos sacríficios que justificam.
* Não sou propriamente um amante das piadolas sobre o aspecto físico do pessoal, mas quando Marques Mendes chama caça aos portugueses abre uma janela de retribuição de bons modos.
(Fonte: diariodigital.sapo.pt)
Menos desempregados e menos contenção no consumo são boas notícias para a economia, numa altura em que o FMI não tem parado de ditar mais ingredientes na daninha mezinha que aqui nos trouxe.
E o habitual coro de trabalhadores do privado que acha que ganha muito com o mal dos outros só tem a ganhar com mais uma decisão economicamente sensata dos juízes do Ratton.
Além da manifesta incompetência e da crença religiosa numa sociedade a tender para o escravocrática e sem direitos sociais, demonstram ter em fraca conta a criatividade e esforço que serão postos na sabotagem de medidas do género.
A ver se se faz o boneco.
Este Governo vai pôr fim às indemnizações por despedimento.
Mira Amaral não entra nestes róis. É um homem de méritos, tantos que exigiu ao Estado que lhe mantivesse uma reforma de 18 mil
euros - obtida a trabalhar para instituições financeiras privadas - se o quisesse na Caixa Geral dos Depósitos.
Ao fim de alguns meses, pôs-se a andar do banco público, mas os mais de três mil contos mensais pagos pelo Estado português ninguém lhos tirou.
Agora, vem defender a extinção de serviços públicos "inúteis" e, claro, despedimento dos funcionários. Defendeu também os cortes salariais e o aumento dos horários de trabalho (esta deve ser para poder empregar menos gente).
Já vimos que o ex-ministro da Indústria de Cavaco não é a pessoa mais indicada para falar das poupanças do Estado. Mas há sempre uns directores de jornal com lugar nos quadros e direito a indemnização dispostos a publicar o que o senhor diz e uns governantes dispostos a ouvi-lo.
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