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A publicação digital patrocinada por rapaziada do Compromisso Portugal descobriu um António Costa particularmente pessimista em recente reunião com deputados socialistas.
Um pessimismo que os auscultados pela publicação viram como antecipação de eleições - uma cartada que Costa trará na manga.
Ao longo destes meses, o puxar do tapete quando a situação o recomende tem sido um truque várias vezes lembrado ao primeiro-ministro por críticos da solução Governo apoiado pelas esquerdas parlamentares.
Em simultâneo, dá-se voz a Jerónimo de Sousa quando diz não estar garantido o voto do PCP no Orçamento do Estado 2017. Ou vinca-se o melindre comunista por não ter sido chamado a discutir a composição do Tribunal Constitucional. Tudo linhas de cesura entre o Governo de António Costa e um dos partidos que o têm apoiado na Assembleia da República.
Além da falta de cumprimento do acordado com o PSD, a não eleição de Correia de Campos para o Conselho Económico Social também terá contado com a ausência dos votos dos camaradas de Jerónimo de Sousa. Uma questão acessória mostra ao PS que, no seu próprio interesse, talvez não se devesse ter desviado da convergência iniciada nas últimas legislativas.
Mas o OE 2017 já não é uma questão acessória. Na semana passada, Arménio Carlos e um sindicalista da UGT eram entrevistados por José Alberto Carvalho. O secretário-geral da CGTP era questionado acerca da anunciada não subida dos não nominal dos salários dos funcionários públicos. E exigia-a e dava alternativas de receitas - do fim de swaps, da reversão de parcerias público-privadas, do fim de avenças do Estado com escritórios de advogados e empresas de consultadoria informática.
E de repente, Arménio Carlos lembrou que nos acordos entre PEV, PCP, BE E PS, que vieram a permitir a actual solução governativa, nada havia referente ao aumento dos funcionários públicos. O que havia era o fim de um conjunto de cortes feito pelo Exectuivo de Passos Coelho e de Paulo Portas. Arménio Carlos vincava a linha de Jerónimo ao afirmar só votar o OE 2017 "se não reverter direitos dos trabalhadores".
A língua é de pau e às vezes exige uma certa hermenêutica, mas há previsibilidades nas entrelinhas que muitos ignoram.
Comunicado lido por Jerónimo de Sousa: "[...] Estão assim preenchidas, pela parte do PCP, as condições que asseguram a derrota do governo PSD/CDS na próxima terça-feira e possibilitam a formação de um governo da iniciativa do PS. Reafirmamos agora, e em definitivo, o que temos sublinhado: há na Assembleia da República uma maioria de deputados que é condição bastante para o PS formar governo, apresentar o seu programa, entrar em funções e adoptar uma política que assegure uma solução duradoura na perspectiva da legislatura [...]
Voz de Jornalista: O PCP o PCP vai o PCP o acordo está para quatro anos? [...] Este acordo que disse que está fechado é um acordo para um ano ou é um acordo para toda a legislatura, para os quatro anos?
Jerónimo de Sousa: Bom eu creio que na intervenção aqui feita fiz um sublinhado que eu considero correponde à sua interrogação. Nós consideramos que estão criadas todas as condições para o PS formar Governo. Existe uma maioria de deputados na Assembleia da República que garante a apresentação do seu programa e a sua entrada em funções para a excecução de que um governo que adopte uma política que crie condição para uma solução duradoura na perspectiva da legislatura
Voz de jornalista: Mas não está a ser claro, Jerónimo de Sousa, é para quatro anos?
Jerónimo de Sousa: Enquanto o regimento não for alterado uma legislatura são quatro anos, obviamente.
Mário Soares diz que alguns membros do Governo são "deliquentes" e têm de ser julgados.
Jorge Sampaio pede "assomo patriótico" e repudia críticas ao Tribunal Constitucional.
Jerónimo de Sousa chama a Passos e Portas "trapaceiros e malabaristas".
O antigo reitor Meira Soares acusa o Governo de "estupidez".
"Com o que tem acontecido em Portugal era para ter uma guerra civil em cima", diz o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas.
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