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Depois da avalanche de insultos dirigidos por Jorge Jesus a Rui Vitória na época passada, foi ontem, finalmente, possível, e apesar das queixas manifestadas com a arbitragem, ver o treinador sportinguista tratar o adversário de modo urbano e civilizado.
Também em Play-off, programa de debate futebolístico, da SIC Notícias, regressou Manuel Fernandes para substituir Inácio, o que constituirá uma assinalável obra de asseio e higiene. O ex-jogador do Futebol Clube do Porto e do Sporting tornara o programa absolutamente infrequentável.
Antes dele, com Manuel Fernandes, discutia-se futebol. Com Inácio aquilo tornou-se um palco de má educação, insultos, e sectarismo - um estilo que deve muito ao do norte futebolístico dos anos 1980 e 1990.
E o moderador bem merece esta mudança.
"Não se pode dizer que o discurso de um seja melhor que o do outro", diz o jornalista referindo-se às intervenções de Rui Vitória e de Jorge Jesus ao longo do campeonato. "São diferentes", conclui.
Gostava de saber o que dirá o jornalista quando situações como esta - que certos estilos de discurso continuado ajudam a inflamar - redundarem em real violência.
Aposto que aí já não se faz de imparacial e virá dizer-nos não haver uma violência boa.
O treinador do segundo classificado da Primeira Liga foi entrevistado na televisão.
O treinador da equipa vencedora do campeonato não.
Se os encarnados não estão agora a celebrar a conquista do pentacampeonato também têm bastante a agradecer a Jorge Jesus.
Se o Sporting não está hoje a comemorar a conquista de um campeonato nacional de futebol, pode agradecê-lo a Jorge Jesus.
À frente do Benfica, o treinador permitiu que a equipa claudicasse duas vezes, em 2012 e 2013, quando levava já a temporada bem lançada, perdendo pontos cruciais e deixando-se ultrapassar na recta final pelo Futebol Clube do Porto de Vítor Pereira. À frente do Sporting fez o mesmo, quando a equipa tinha garantido já um avanço de sete pontos sobre o perseguidor.
Se o Benfica conseguiu vencer agora o tricampeonato, coisa que não acontecia há 39 anos, pode agradecê-lo a Jorge Jesus, que conquistou a Primeira Liga em 2014 e 2015.
A destempo, também parece que a eventual saída de Jorge Jesus devia ter sido equacionada pelo menos desde o jogo com o Estoril.
O técnico devia então ter sido substituído (ao menos temporariamente) pelo Trapattoni.
Com um técnico sem nervos e capaz de segurar os resultados, teriam ao menos vencido o campeonato nacional.
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