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Redondo Vocábulo
Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar,
Pelos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio,
Congregando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança,
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincando e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa
José Afonso, 1972
Este domingo aproveita-se a oportunidade da atribuição do Nobel da Literatura a Bob Dylan para sete postados dedicar a sete músicos cuja obra literária atinge igual cume: José Afonso, Chico Buarque, Georges Brassens, Jacques Brell, Leo Ferré, Leonard Cohen e o Nobel deste ano.
(foto: publico.pt)
Supreendido pela Grândola na Assembleia da República, Pedro Passos Coelho interrompeu-se de ar divertido, mal escondendo o sorriso. "De todas as formas de interromper os trabalhos da Assembleia da República esta é a de mais bom-gosto", declarou.
Tem razão. José Afonso - no dia 23 também se completaram 26 anos sobre a sua morte - é superlativo de uma ponta à outra: dos fados, baladas e canções de Coimbra aos panfletos de génio. A sua única antologia possível é a obra toda.
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