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O Feiticeiro de Oz (The Wizard of Oz), Victor Fleming, 1939, é o número 39 na lista da BBC Culture
Aos 24 anos o editor do online da publicação já tinha sido editor de política num jornal especializado.
Regressado, pouco depois, à casa onde estagiara, para chefiar a emperrada versão digital da revista, levava parte do tempo criando listas - uma categoria informativa de indispensabilidade diária segundo as chefias jornalísticas dos dias que correm.
Dessa vez era a dos maiores vilões do Cinema. Depois de olhar para ela, sugeri-lhe que mudasse o título para "Os maiores vilões em filmes produzidos depois de se celebrar o primeiro centenário do cinema". Nem um único dos maus da fita era de um filme anterior a 1995 e o grosso eram vilões já do século XXI.
Ainda assim, achar seis dos 100 melhores filmes de sempre nos 14 anos já decorridos deste século, como fez a BBC Culture, é uma média excelente.
Seis melhores filmes em 14 anos, quase um a cada dois anos, pode não evidenciar um enviesamente quantitativo excessivo. Para os 106 anos anteriores, com muitos mais milhares de filmes disponíveis, os críticos consultados pela BBC Culture escolheram 94 filmes, o que dá quase um por ano. Quem conheça minimamente a História do Cinema (e essa questão é evidenciada na notícia) percebe existir um enviesamento qualitativo, e com bocado de esforço maior até se entendem as dimensões comerciais deste tipo de lista.
Mas onde a notícia causa perplexidade é exactamente no título dado em português. "Só seis filmes deste século estão entre os 100 melhores de sempre do cinema americano". Aqui, o "só" tanto pode ser visto como informativo como incitativo. O "Só" tanto pode indiciar que o cinema tem vindo a decair na quantidade de obras-primas produzidas, como indiciar que a lista anda mal feita.
A título pessoal, o que me enerva é que no lugar de "só", devia antes estar um explectivo "Tantos?".
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