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E a CGTP resolve obedecer a uma decisão administrativa de legalidade contestada quando tinha tudo para ter sucesso na acção e cedendo estrondosamente perante este Goverrno.

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publicado às 08:37

Qu'é aquele casarão branco ali ó cimo?

por Tempos Modernos, em 20.11.12

 

(Foto: wikipédia)

 

Argumentos valem o que valem. Nos últimos dias, ouve-se dizer que as manifestações são convocadas para São Bento por ser um espaço 

reduzido que depressa fica composto com a multidão.

 

Deve ser irrelevante o facto de ficar ali, no alto daquelas escadarias mais largas, aquele edifício grande onde os deputados se juntam e se aprovam muitas medidas do Governo e assim.

 

Talvez os críticos possam pedir aos parlamentares para passarem a reunir--se no Parque da Bela Vista, um sítio mais arejado onde os manifestantes se reduzam à sua verdadeira dimensão.

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publicado às 16:59

O apagão da greve

por Tempos Modernos, em 18.11.12

 

 

(Foto:ionline.pt)

 

Anda para aí uma histeria confundida a propósito dos manifestantes que acabaram por ficar para as bastonadas do dia da greve geral em frente à Assembleia da República.

 

A coisa segue bem kitada pelos promotores da situação que aqui nos trouxe, mas também por uns quantos bem-intencionado de raciocínio ralo. Acusam de cumplicidade com a violência os que permaneceram em frente ao Parlamento enquanto um grupo ruidoso ia apedrejando a PSP.

 

Defendem que, uma vez que os manifestantes pacíficos não tinham meios para impedir os violentos de continuar a sua acção, deveriam ter abandonado o largo de São Bento. E aqui começa a trafulhice intelectual ou a pataratice: acusam os que tiveram de manifestar-se lado-a-lado com os apedrejadores de terem participado num espectáculo a que se deveriam ter furtado. Só que este raciocínio enferma de um vício substancial.

 

Todos têm o direito a manifestar-se. E a fazê-lo em segurança. Se acham que a manifestação ganha impacto aumentando a sua duração estão no direito de a fazer durar o máximo de tempo possível. A PSP tinha, pois, a obrigação de pôr fim aos incidentes mal estes começaram.

 

Não é aos outros manifestantes que cabe pôr fim às agressões. Não são eles que têm de se substituir às autoridades e assegurar a segurança e as condições para se poderem manifestar. Não são eles que têm de desistir de participar por que um grupo de arruaceiros decide boicotar o protesto e apagar os efeitos que no seu legítimo direito pretendiam alcançar com a greve, com a manifestação.

 

Ao Ministério da Administração interessava obviamente abafar o protesto. Greves e manifestações não servem o Governo Ao deixar a arruaça esticar-se durante hora e meia, foram as autoridades que se tornaram aliadas dos transgressores. Depois da greve, alguém voltou a ouvir falar da greve?

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publicado às 17:16

O que se quer dos jornalistas

por Tempos Modernos, em 17.11.12

Numa curta crónica de Joel Neto.

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publicado às 11:53

PSP com Maio de 1968

por Tempos Modernos, em 16.11.12

 

A praia sob a calçada.

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publicado às 14:12

Má escrita jornalística

por Tempos Modernos, em 01.11.12

 

(Foto:http://ancienthistory.about.com)

 

Paula Castanho tem tempo suficiente de jornalista para saber as implicações do uso dos artigos definidos na construção de uma frase rigorosa e objectiva.

 

Ao acompanhar em São Bento os protestos contra o Orçamento de Estado 2013 diz em determinada altura que "agora" ouvem-se aplausos. No entanto confessa-se incapaz de perceber os motivos para estes. A jornalista afirma não ter ouvido declarações novas: apenas as habituais frases contra "os" deputados. O que poderia com legitimidade e rigor afirmar seria, quando muito, "apenas as habituais frases contra deputados", sem o artigo "os" que transforma alguns deputados em todos os deputados. A percepção é feita no domínio do quase subliminar. O que ainda torna as coisas mais graves.

 

Ora, se estiveram atentos ao dia político, os jornalistas têm obrigação de saber que a manifestação era contra o Orçamento de Estado. E logo contra os partidos que o aprovaram. Leia-se, PSD e CDS-PP com a excepção do deputado madeirense Rui Barreto.

 

Em nome da simplificação do discurso, ou da simplicidade de análise, não vale misturar todos os deputados no mesmo magote. Bernardino Soares e António Flipe do PCP foram alguns dos que os directos televisivos apanharam junto aos manifestantes. Estariam lá outros, de outros partidos. Não parece que tenham sido importunados. E se a saída de deputados em viaturas complica a identificação do parlamentar e leva ao apupo preventivo, não será por isso que os manifestantes de ontem não sabem distinguir o seu trigo do seu joio. A manifestação contra o orçamento de Estado para 2013 não foi nem contra a CDU, nem contra o BE e, no caso específico e concreto, nem dirigida ao PS, que ontem pode ter feito um certo corte com o passado mais recente.

 

O artigo definido usado por Paula Castanho é populista e demagógico. Aquilo que comunica, aquilo que põe em comum - de acordo com o étimo latino - não é objectivo, não é rigoroso, não é verdadeiro. Contribui para a estupidificação do discurso. Para a ideia de que eles, os políticos, são todos iguais. Mas não foi isso que aquela gente que esteve ontem em frente à Assembleia da República disse. Os manifestantes têm os seus alvos muito bem definidos. Dos estivadores, ao Movimento Sem Emprego, à CGTP, aos outros que lá estiveram. Passar o contrário nos canais televisivos cria nos espectadores que não estão no local uma realidade alternativa. A ilusão de que não há alternativas.

 

Já tive esta discussão com um ex-editor meu. A do uso dos artigos definidos. Recusava o meu ponto de vista. Cinco anos de estudos em Ciências da Comunicação, quase vinte anos de jornalismo, por acaso com os primeiros passos em redacção dados no mesmo sítio que a jornalista da SIC, e ninguém lhe ensinou os poderes performativos da semântica. Uma coisa que nem os antigos sumérios, há mais de quatro mil anos, ignoravam.

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publicado às 09:10

Auctoritas et potestas

por Tempos Modernos, em 22.10.12

Como dito há dias, começa a haver escassa pachorra de muitos para suportar os dislates de uns poucos.

 

Acrescenta-se: esgota-se a pachorra desses muitos, sem voz, para suportar os dislates, amplificados, de uns quantos.

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publicado às 18:10

A multidão já não pede só pão

por Tempos Modernos, em 18.10.12

 

Repetido e em certa medida compreensível, este tipo de opinião acabará trucidado pelo espírito do tempo.

 

A História (arte que os economistas deixaram de aprender) é demasiado rica em exemplos. Não vale segui-los como se fossem um modelo determinista, mas não há nada que enganar neste ar que se respira.

 

Garantir a paz e a ordem social foi apanágio dos reis durante todo o Antigo Regime. O bom rei, o rei bom, fazia justiça. Geria e harmonizava interesses. Nenhuma outra virtude e capacidade foi mais inerente à condição real.

 

Mas esse estado de coisas terminou com a revolução francesa. Os historiadores datam dessa época o surgimento de um novo tipo de multidão: a  multidão politizada, uma multidão que deixou de pedir apenas pão, que deixou de estar só preocupada com os custos dos cereais.

 

Os mais atentos repararão que a multidão que aí anda agora é nitidamente uma multidão politizada. E  não é apenas nas manifestações, onde esse grau de politização seria expectavelmente mais audível. Ouvidas na rua, as pessoas têm explicações consistentes para as dificuldades. Têm propostas alternativas. Deixaram o "eles lá sabem o que andam a fazer". 

 

Exemplos? Nas últimas greves do Metro de Lisboa e da CP, equilibraram-se os pontos de vista expressados nos directos televisivos. Se antes não faltavam as queixas contra o transtorno, agora são bem mais os que se mostram compreensivos e até solidários com os trabalhadores em greve.

 

Se ontem, Borges achava ser uma sorte que os portugueses tivessem Gaspar como ministro, bastaria ler os comentários online para perceber que mais valia ter estado calado. Quase ninguém está já disposto a reconhecer o génio de um ou de outro. Pior, pelo tom nota-se como olham para Borges como um pária, uma espécie de bobo da corte etica e intelectualmente desqualificado. 

 

A única pergunta racional começa a ser: Quando?

 

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publicado às 13:00

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publicado às 11:15

A falha de Christine Lagarde

por Tempos Modernos, em 14.10.12

 

O FMI é uma máquina de destruir países. A afirmação que há pouco tempo seria encarada pela maioria como um excesso de radicais, é assumida pela própria responsável máxima do fundo.

 

Christine Lagarde reconheceu há dias o falhanço em toda a linha do FMI. Erros de cálculo, efeitos secundários das medidas que propõe. Na altura não se escreveu nada. Para quê? Há muito tempo que se disse por aqui o que Christine Lagarde admitiu finalmente. Sobre  a instituição, sobre as inevitabilidades defendidas pela maioria dos comentadores.

 

Quando já tudo se sabe há anos, mas quando tudo o que se sabe era ridicularizado pelo status quo, valerá a pena tirar desforço?

 

Ontem Jorge Sampaio, cujas boas intenções e humanismo ninguém negará, voltava ao projecto do Governo de Salvação Nacional, em entrevista na SIC Notícias. A medida, pedida por muitos em 2011, e agora recuperada, é uma coisa tecida entre os velhos partidos do arco do poder, deixando de lado CDU e BE.

 

Quem o pede ainda não percebeu nada. Nesse Governo, não entra um único dos partidos que na devida altura tenha contestado a tróica e suas medidas. Não entra nenhum dos que avisou para o que aí vinha. Nenhum dos que acertou na necesssidade de medidas que agora são já admitidas por quase todos, como a renegociação da dívida. Ou dos que há uma dezena de anos alertaram para os perigos da moeda única numa economia como a portuguesa e que, também por isso, foram mais uma vez marginalizados e hostilizados.

 

Nem sequer colhe o argumento de que CDU e BE recusaram receber a tróica quando ela entrou por ai a dentro. Nenhuma pessoa honesta acredita que CDU ou BE teriam demovido BCE, Comissão Europeia e FMI de aplicar a velha e tradicional receita que já se sabia iriam aplicar. Estava escrito nas estrelas mas só CDU e BE alertaram para as consequências catastróficas de em paralelo sanear as finanças públicas e pagar a dívida externa com juros agiotas.

 

Em Belém, Cavaco pode vir agora, pelo Facebook, acertar na necessidade de relaxar o cumprimento do défice público. Pode ter pedido, há que tempos, em Florença, a unidade dos Estados na resposta à crise. Mas o que é que fez, antes e depois, para ser consequente com essas afirmações? Veja-se, por exemplo, o discurso do 5 de Outubro.

 

Chegado ao poder, o PSD tratou de aplicar uma mézinha que há muito queria aplicar. No interior laranja, ninguém se lhe opôs de modo audível. A reacção interna só agora começou. Para quem tem acompanhado o percurso político de Mota Amaral, não surpreende que não tenha aplaudido a defesa do Governo durante a discussão recente das moções de censura. Não surpreenderá que chumbe o orçamento para 2013.

 

No CDS-PP adaptou-se o discurso, como se tem feito sempre. Ali não há convicções. Há populismo. E, se não ficarem no poder com o PSD, não desdenharão ficar com o PS. Estão no Ministério da Solidariedade onde a lógica é da aplicação de terror social. Não saberiam que seria assim? Felizmente, vai grassando o desconforto com os falhanços das previsões de Gaspar, que ainda se vê descrito, aqui e ali, como um técnico respeitável e conhecedor. Sairá expulso por indedente e má figura, quando nunca lhe deviam ter dado o direito de admissão.

 

O país está pior do que há um ano e seis meses. Daqui a um ano e seis meses estará ainda pior. Mas, no PS, em altura de emergência nacional, António José Seguro resolve discutir uma medida populista de redução do número de deputados. Parece mais interessado na burocrática perpetuação no poder dos partidos do pântano. Ensaia também uma certa união dos países do sul contra os países do norte, mas nada diz sobre arrasar os fundamentos suicidas da União Europeia.

 

Sem o BCE a financiar os Estados - como defendeu ontem a CGTP no final da marcha contra o desemprego, na concentração frente ao Parlamento, sem que a imprensa faça disso eco claro - e sem uma reconstrução europeia que deite fora os fundamentos destruidores do Tratado de Maastricht, não há esperança para Portugal nem para a Europa do Sul. Sem o fim e a nacionalização das parcerias público privadas e sem obrigar os bancos a investir no fomento, a economia portuguesa não recuperará.

 

Nos três partidos do tal governo de salvação nacional, ninguém admite tocar nisto. Ainda não perceberam que têm de deitar tudo fora. Mesmo que queiram que tudo fique na mesma.

 

 

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publicado às 09:26


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