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transtejo.jpg

 

(fonte: setubalnarede.pt)

 

O Governo reverteu a subconcessão a privados dos transportes públicos de Lisboa e Porto. Fez bem. Muito bem, mesmo que não seja essa a convicção do grosso das sensatas direcções jornalística.

 

Já há umas semanas, Joana Petiz, da direcção do Diário de Notícias, reclamava da opção anunciada pelo PS ainda durante a campanha eleitoral - uma posição contrária à entrega dos STCP, Carris, Metro e Transtejo a privados e igual à, há muito, defendida pelo BE e pela CDU.

A argumentação não era propriamente sofisticada:

 

“A intenção […] não vem de provas dadas de que o negócio foi mau, de que a nova gestão não convence, de que o público ficou mal servido. É motivada por divergências ideológicas: a esquerda não concorda com a entrega da gestão das empresas de transportes a privados e quer voltar a pôr o Estado à frente. O Estado, esse gestor de mão cheia!”

 

Se a jornalista conseguia reconhecer a existência de divergências ideológicas – bravo!, em regra, a direita faz-se de sonsa e refugia-se num alegado pragmatismo técnico -, já não conseguiu escapar à falácia de que o Estado tem o ADN contaminado por qualquer bicheza que o obriga a ser mau gestor.

 

É uma ideia peregrina que, como lembrou, há uns anos, a então deputada bloquista Ana Drago, esbarra antes em apostas partidárias que tratam mal a coisa pública e que depois se servem desses maus tratos para justificar a sua entrega a privados: é a história do parricida que pedia clemência ao juiz por ser órfão.

 

 

Esta gente gosta muito dos privados, mas em vez de os deixar competir num mercado livre onde possa com risco produzir riqueza, opta antes por lhes garantir rendas estatais em sectores sem concorrência, como os dos transportes e outros.

 

Os transportes públicos são uma área de actividade cuja obrigatoriedade de prestação do serviço obriga à manutenção de linhas e carreiras, de uma qualidade mínima dos meios circulantes . Áreas que serão sempre deficitárias, de onde nenhum privado, por excelente que seja a gestão, tirará lucro e cuja manutenção seria suprida por indemnizações compensatórias.

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publicado às 22:00

Um longo suspiro II

por Tempos Modernos, em 07.12.15

metro.JPG

(fonte: sol.pt)

 

Sobre a greve do Metro escreveu-se ontem, aqui, o evidente. Haver para aí gente a dizer que o Metro ia parar, uma mesmíssima gente cujo raciocínio não sai da linha.

 

Mais do que previsivelmente, a greve acabaria desconvocada. A paralisação estava marcada desde o governo de Passos e Portas, há questões que vêm de trás, a necessidade de as reafirmar; o novo governo estará sustentado em acordos que muitos jornalistas, na linha do argumentário da direita, teimam em considerar frágeis; o ponto final nas privatizações das transportadoras é já público. Era uma situação de onde só podiam sair vencedores.

 

O país mudou os paradigmas políticos, mas muitos analistas e comentadores mostram-se incapazes de ver além da linearidade do dito e do declarado. Cãezinhos de Pavlov, é o que é.

 

 

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publicado às 15:59

Um longo suspiro

por Tempos Modernos, em 06.12.15

Ainda aí gente a dizer que vai haver greve do metro esta semana. Estão preocupados, dizem, com a postura dos maquinistas, que prejudica o povo trabalhador, e receiam que isso traga Passos e Portas de volta. É o que se podem chamar Raciocínios que não saem da linha.

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publicado às 17:19

Imagens que se desgatam

por Tempos Modernos, em 06.01.12

Na sequência do baptismo da Estação de Metro da Baixa-Chiado com o nome de uma empresa de comunicações, alguém se lembrou de rebaptizar  outras estações. E clandestinamente, sobre as designações oficiais, colocou auto-colantes com os logótipos de outras empresas.

 

Entretanto, o Metro removeu tudo:

 

"Para «não afectar a normal circulação dos comboios», foi necessário «efectuar a limpeza em ambiente oficinal, o que obrigou à retirada gradual das carruagens». Na quinta-feira ao final do dia, a empresa afirmava que já todos os autocolantes tinham sido retirados."

 

Mas confesso não perceber como é que retirar as carruagens para as oficinas afecta menos a normal circulação dos comboios do que limpá-las durante as viagens. E não o percebo nem como cliente, nem como engenheiro.

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publicado às 12:25


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