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O Má Despesa Pública é um blogue servido por uma ideologia inconsequente, boa para alimentar tablóides e rodas de tasca.
Ali, vai tudo a eito. E a rede apertada que utiliza nem serve a democracia, nem a transparência. Aos autores não é a má despesa pública que aborrece, mas sim a despesa pública - tanto faz boa como má, justificada ou injustificada.
E, no entanto, descobre-se agora, o blogue Má Despesa Pública pode fazer o elogio de medidas gastadoras e bem mais desnecessárias que as de um grande número das denunciadas nos seus postados.
Se forem eles, no Má Despesa Pública, a criar o projecto, já não se importam com os gastos. São os próprios que encontram bondade em gastar dinheiro (por pouquíssimo que seja: "Algo que tape o «dr.»" basta, dizem) numa Campanha para corrigir as Placas onde consta "Dr. Miguel Relvas", limpando-a do Dr.
Não se percebe muito bem esta surpreendente vontade gastadora do Má Despesa Pública. Afinal, até conseguem ter o mesmo tipo de discurso do antigo ministro e braço-direito de Passos Coelho no Governo.
(Público via blogue Vai e Vem)
Só um partido governado pela mais absoluta convicção de que vive na completa impunidade das suas acções indicaria Miguel Relvas para presidente do Conselho Nacional.
(Foto: rr.sapo.pt)
Durante demasiados anos, o Comité Olímpico Português teve Vicente Moura como dirigente máximo - um trabalho temperado com rasgos de autoritarismo, gaffes e falta de respeito por atletas.
Os resultados nunca saíram da banalidade e as episódicas medalhas deveram-se bem mais a rasgos individuais do que a um trabalho de continuidade.
Substituído o comandante, já se confirmou que voltamos a andar mal servidos de dirigente.
José Manuel Constantino anunciou há dias que Miguel Relvas será Alto Comissário da Casa Olímpica Portuguesa no Brasil.
Ou o presidente do Comité Olímpico Português chegou ontem de Marte ou tem uma exigência muito baixa em relação ao perfil ético e de cidadania dos que escolhe para consigo colaborar.
Só uma das duas justifica que ache que o ex-ministro, tendo passado pelo Governo como passou, tenha condições para assumir seja qual for o cargo público ou de representação nacional.
(Foto: jn.pt)
Miguel Relvas corre o risco de perder a licenciatura não por causa de cadeiras sobre as quais se desconfia que pouco deve saber, mas por causa de uma cadeira cujos conteúdos demonstrou conhecer e à qual foi avaliado.
Perfeitamente de acordo com a possibilidade de que a experiência e conhecimentos adquiridos ao longo da vida sejam academicamente validados e contribuam para obtenção de grau.
Mas convém que os conhecimentos adquiridos tenham correspondência com a realidade. Não servem para tudo. Se nunca operei um cérebro, não vejo muito bem como me darão equivalência a neurocirurgia.
Num outro nível, a exigir menor especialização técnica, como o da licenciatura em Ciências Políticas e Relações Internacionais, na Universidade Lusófona, Miguel Relvas obteve equivalências a 32 das 36 disciplinas que constituíam o curso, à conta da sua experiência profissional.
Alguém que, como Miguel Relvas, andou toda a vida profissional muito próximo da gestão da coisa pública e exerceu cargos governamentais estará obviamente bem preparado para obter um número relativamente alto de equivalências num curso do género do escolhido. Miguel Relvas terá obrigatoriamente uma percepção muito acima da média sobre o que é a administração pública e a sua prática.
Mas, por mais competente e capaz que fosse, há sempre uma carga alta de conhecimentos teóricos de base, do campo da filosofia, da história e da ciência política que não terá adquirido. Por algum motivo lhe pediram que realizasse provas em cadeiras como Quadros Institucionais da Vida Económica Política e Administrativa; Introdução ao Pensamento Contemporâneo; Teoria do Estado da Democracia e da Revolução; e Geoestratégia, Geopolítica e Relações Internacionais.
O que é estranho é que num curso que necessariamente terá muitas cadeiras deste género, Miguel Relvas tenha obtido 32 equivalências à custa da experiência profissional. Que conhecimentos demonstráveis de história ou de filosofia terá podido apresentar através do currículo profissional?
Infelizmente, não é isso que o trama - ou pode tramar. O que trama Miguel Relvas não é a sempre discutível atribuição de créditos em cadeiras sobre cujos conteúdos dificilmente terá conhecimentos, mas cuja validade foi reconhecida pelos catedráticos da área.
O que o trama é uma regra interna, perfeitamente burocrática, que o impede de fazer avaliação com base apenas numa oral. O ex-ministro corre o risco de perder a licenciatura por causa de uma cadeira a que foi realmente avaliado e ninguém pode dizer que uma oral é menos exigente que um exame escrito. Num exame escrito, e ainda mais num curso da área das humanidades, o avaliado pode sempre refugiar-se naquilo que sabe melhor, evitando o que ignora e camuflando fragilidades. Em oral, corre o risco de que lhe descubram todos os vícios.
(Foto: turbosquid.com)
Com banga, um Relvas já crepuscular deu posse a Miguel Gonçalves como embaixador do Impulso Jovem - programa governamental de combate ao desemprego.
O ministro colhera o seu novo protagonista no youtube o que diz mais sobre um estilo que muitas equivalências.
O programa Impulso Jovem, última acção do Relvas governamental, ficou agora suspenso pelo despacho-interruptor de Gaspar.
"Sinergia" é um palavrão da novilíngua, idioma que um historiador recentemente me garantia ser uma das mais perspicazes caracterizações do regime totalitário soviético esquecendo-se que convive com ela diariamente no sistema em que vivemos.
"Colaboradores", "reestruturações", "ajustamentos", "ajuda externa" também fazem parte do cardápio, mas não falta nas redacções quem se atire a elas como gato a bofes e as utilize como se fossem tão despidas de intenção como o seu sentido semântico aparenta.
Estranho, quando a maior parte dos jornalistas não fez engenharia, como eu, mas sim ciências da comunicação e jornalismo, em faculdades onde as semióticas, deleuzes, merleaus-pontis, essas coisadas todas se declinam na ponta da língua. Deve ser do convívio com o pessoal das publicidades e das relações públicas.
As tutelas de serviço à gestão das televisão e rádio públicas, de que Relvas, numa genealogia do poder nas estações do serviço público, constitui apenas mais um elo manipulativamente empenhado, prosseguem empenhadas em pôr alguns a fazer quase tudo. Vale a pena ler, ontem, Oscar Mascarenhas e J.-M. Nobre Correia que falaram sobre este mesmo assunto.
Gestores e tutelas políticas têm assassinado a informação. Mas a coisa fia mais fina e chega a todo o lado. Pode dizer-se que outros, sendo meios privados, farão o que quiserem, mas o jornalismo não é um enlatado qualquer e há responsabilidades para com quem dá o dinheiro a ganhar às empresas.
Nos jornais, rádios e relevisões trabalha gente que tem direito a ser gerida por quem contribua para a manutenção das vendas ou o seu crescimento sustentado. Infelizmente, o que sobra são mercenários que em nada contribuem para a produção daquilo que os leitores procuram, gestores que todos os dias aprofundam as maneiras de pôr o trabalho dos outros em risco.
Quando o grupo que detém o Dinheiro Vivo replica informação desse meio nas páginas do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias, pode estar a poupar em pessoal, mas também sabota os seus próprios produtos e presta um mau serviços à informação.
Nenhum leitor gosta de perder tempo na net à procura de outras notícias sobre um determinado assunto que lhe interessa, para encontrar o mesmo e exacto artigo copiado para várias plataformas dos órgãos de comunicação do grupo. Cedo deixará de as visitar. No digital procura-se variedade e não o copia e cola.
Já o Público despediu muita gente experiente no final do ano passado. O jornal tem de dar lucro até 2015 e afirmou uma aposta no digital. Pelo caminho reproduz na versão papel muitas notícias que li antes na versão online. Acham mesmo que as restantes notícias do papel serão suficientes para a malta continuar a comprar-lhes o jornal em banca? Eu cá não me fiava.
José Alberto Carvalho anuncia que os três canais televisivos andam a ver se se concertam já nos debates autáquicos para mudar a lei eleitoral que os obriga a não privilegiar os cincos maiores partidos. Só que, lamentavelmente para o jornalismo e para a informação, o que está mal não é a lei. O que está mal são as capacidades operacionais das estações e o que perdem para o espectáculo comunicacional. Será menos esclarecedor um debate com dez partido em vez de cinco? Depende de como fôr feito. Se calhar tem de demorar mais tempo do que aquele que as estações estão dispostas a dispensar.
O director de informação da TVI prefere o ruído e as luzes à informação, jornalismo e democracia, mesmo que afirme o contrário. O que diz sobre o caso das vaias a Relvas no ISCTE adensa essa convicção. Bem pode acusar Estrela Serano de fazer uma avaliação política ao afirmar que Relvas não tem autoridade para falar do que será o jornalismo nos próximos 20 anos. Ao convidá-lo, a avaliação de José Alberto Carvalho foi também política. Tal como foi a de todos os directores de jornais que agora defenderam o ministro. Ao não ter previsto o que ia acontecer, Carvalho deixa também a desejar no que toca à capacidade de análise.
* Já depois de escrito o post, descobre-se que o recurso ao argumento "político" de José Alberto Carvalho vai mais longe do que parecia quando escolheu Relvas para discursar no ISCTE e quando saíu em sua defesa. Alguns arautos da isenção política têm dificuldade em lidar com factos e com rigores que lhes ponham em causa ideias feitas.
A Associação Portuguesa de Imprensa assinalou ontem o Dia Nacional da Imprensa.
De acordo com o sítio da API, discutiram-se temas como A Comunicação Social não é um negócio do Estado e Mitos e factos da comunicação em papel.
Foi também apresentado um tal de PECSIR - Plano de Emergência à Comunicação Social "Imprensa e Rádio", uma iniciativa da API que foi incluída num painel chamado O Estado tem obrigações para com a imprensa. Segundo a Meios & Publicidade, a API "está a negociar fundos no valor de 720 milhões para apoio aos media."
Ainda segundo a API, discutiu-se o tema Imprensa regional portuguesa e o seu futuro num almoço-debate que contou com a presença de Miguel relvas, ministro com a tutela da Comunicação Social.
Na sessão de antes de Almoço, diz a API, o Professor (sic) Marcelo Rebelo de Sousa deu aos participantes uma perspectiva daquilo que será Portugal 2013.
Soopky, absolutamente spooky. Valerá a pena explicar porquê?
(Foto: oribatejo.pt)
Moita Flores diz querer continuar o caminho de Isaltino Morais na autarquia de Oeiras. E, em relação a uma candidatura de Fernando Seara à Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Relvas mostra-se disponível para fazer campanha de manhã à noite.
Há coisas que é melhor não dizer e apoios que é melhor não ter.
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