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Um tipo fica satisfeito com a vitória no Euro 2016, mas custa-lhe a entender tanto discurso a explicar o que os franceses e o resto da Europa e do mundo finalmente já viram - o que é meterem-se com uma nação de poetas, com um país de marinheiros.
(Foto: ecoespacio.es)
Os liberais-soberanistas catalães encheram-se de contribuir para o orçamento do Reino e resolveram pedir eleições, a ver se referendavam a independência.
Tramaram-se e perderam 12 deputados. Terá havido muitos outros motivos, mas talvez alguns eleitores tenham percebido que o mercado consumidor castelhano e das restantes autonomias não é de deitar fora se a Catalunha quiser continuar como um dos motores económico na Península. A ver o que dá entretanto o novo equilíbrio de forças com a subida da Esquerda Republicana.
No Brasil, esperam-se manifestações exigindo a Dilma Rousseff que vete o aumento da percentagem dos lucros do petróleo a redistribuir pelos estados não produtores. Seja em que país for, é sempre um gosto, ver os egoísmos regionais e locais sobreporem-se aos interesses do colectivo.
(Foto: Barricade dans la rue de Soufflot, à Paris, le 25 juin 1848, de Horace Vernet)
Ao contrário da Economia, outra disciplina social e humana, a História não recorre ao auxílio de métricas para fazer previsões. Recorre a elas essencialmente com motivações descritivas.
Em 1848, as revoluções que percorreram a Europa não tiveram apenas motivações políticas e económicas. Os nacionalismos também andaram por lá. Mas algumas áreas do saber não têm a veleidade de considerar que tudo é mensurável e deixaram há muito os afrontamentos positivistas.
Nenhum historiador afirmará que multidões exigindo mudanças políticas somadas a multidões exigindo melhores condições de vida e o fim da austeridade e somadas ainda a multidões exigindo a autonomia e a independência das suas comunidades seja igual a revolução. Mas que os sinais são inquietantes, lá isso são.
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