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(Foto: ionline.pt)
Nuno Melo (do CDS-PP), João Semedo (do BE) ou Honório Novo (do PCP) são possivelmente os deputados que em 2008 e 2009 mais se destacaram na "Comissão Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à existência de uma falta grave na actuação do Banco de Portugal no exercício do seu poder de supervisão do sistema bancário no caso do Banco Português de Negócios".
Num parlamento onde já existiram dez inúteis comissões de inquérito ao acidente que vitimou Sá Carneiro em Camarate, os trabalhos da comissão do BPN foram quase unanimemente considerados como verdadeiramente prestigiante para o trabalho dos parlamentares.
Com a proposta de redução de deputados feita no 5 de Outubro por António José Seguro, não é apenas o pluralismo que é posto em causa. No parlamento desejado pelo secretário-geral do PS, o trabalho de Melo, Semedo e Novo teria sido grandemente dificultado.
Um parlamento em versão de bolso, forçaria os muito poucos deputados das bancadas mais pequenas a desdobrarem-se entre comissões, sobrecarregados de trabalho e não conseguindo aprofundar assunto nenhum, piorando a qualidade do seu trabalho.
Quem defende a proximidade entre eleitores e eleitos tem aqui um passo de gigante no sentido contrário. Que os comentários online nos jornais pareçam apoiar a medida ajuda a explicar o ponto em que o país se encontra. Ajuda também a perceber qual é a rua que os partidos do bloco central estão interessados em ouvir.
(Foto: dn.pt)
Nuno Melo encanita-se com Octávio Teixeira que, na RTP Informação, acusa o CDS de encenar oposição a algumas medidas governamentais, designadamente à subida da Taxa Social Única, proposta que obrigatoriamente passa pelo gabinete de Pedro Mota Soares, antigo secretário-geral do CDS-PP.
Melo Recusa a acusação. O seu partido, diz, não faz encenações. Quem encena são os comunistas dramatizando manifestações contra ministros, acusa: sindicalistas e militantes do PCP têm feito esperas a membros do Executivo. Apupam-nos e criam situações que constituem dramatizações não espontâneas.
É uma questão de ponto de vista. O CDS-PP desdenhará mesmo as manifestações não espontâneas? Paulo Portas não ganhou injustamente o bravo cognome de Paulinho das Feiras. Sabe-se que estas são terreno perfeito para a convocação de figurantes disponíveis para apoios ruidosos e voluntariosos. Depois basta cavalgar a onda.
Ninguém se recorda de ver o presidente do CDS-PP programar iniciativas do género para encontros de contabilistas.
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