Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Animam-se muitos (aqui e aqui, por exemplo) à esquerda com os resultados do trabalhista Jeremy Corbyn nas legislativas do Reino Unido. Acreditam mesmo que poderá ditar reversões a nível internacional nas tendências liberalizantes da social-democracia.
Em França, o candidato do PSF à presidência, Benoît Hamon, também veio da franja esquerda do partido socialista e acabou copiosamente derrotado. Ficou até atrás de Melenchon, o candidato presidencial apoiado pela esquerda da esquerda. Talvez tenha sido afectado pelo efeito Hollande que, militante do PSF e após a chegada ao Eliseu, depois de derrotar Sarkozy, deitara por terra as esperanças de muitos eleitores numa França governada à esquerda.
Depois, muitos socialistas um pouco por todo o lado garantiram que em França teriam votado em Macron, que fora ministro de um Executivo do PSF. Hamon pode não ter conseguido sobreviver à espargata entre Melenchon e Macron e à fuga de eleitores habituais provenientes das franjas esquerda e direita do PSF.
Jeremy Corbyn não tem contra si os efeitos erosivos de uma governação recente como teve Hamon, mas ainda assim talvez seja complicado antecipar mudanças definitivas de rumos políticos e de resultados.
José Manuel Coelho foi um dos vencedores das últimas presidenciais.
Agora pôs o seu Partido Trabalhista à disposição da organização da Geração à Rasca.
Correndo por fora, surgem novos protagonistas políticos fora do habitual espectro partidário.
Para já, se a coisa segue, é provável que contribua mais para retirar votos aos dois partidos que não contribuiram para a crise do que aos outros. Um efeito perverso de novos actores bem-vindos.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.