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(Foto: dinheirovivo.pt)
Maria João Rodrigues, que noutra encarnação foi ministra do Trabalho de António Guterres, acaba de sugerir a Júlia Pinheiro que Portugal devia encher a orla marítima com parques eólicos (produzindo e vendendo energia, como terá feito a Dinamarca) e estações de aquicultura para produção de peixe em condições mais próximas das naturais.
Para qualquer das coisas necessita de engenheiros e arquitectos navais. Uma percentagem altíssima, são pouco mais de duas centenas e conheço-os a quase todos, está no estrangeiro. Quanto a estaleiros navais, capazes de construir esse tipo de equipamentos, o Executivo aliena-os como se vê com os de Viana do Castelo, unidade industrial tutelada pelo Ministério da Defesa.
Já a ministra Assunção Cristas, embora tenha a pasta do Mar, só trata das pescas. Mas como se viu há dias está mais voltada para a importação de equipamentos electrónicos e máquinas marítimas.
Em Portugal, anda esta gente toda a falar de mar há não sei quantos anos só que os decisores políticos ainda nem sequer foram capazes de perceber o que é que precisam de ter. Aqui há tempos o Executivo anunciou o lançamento de um sítio na internet onde se pudesse apresentar ideias mas nem isso avança.
(Foto:http://noticias.sapo.pt)
Felizmente, há um grupo de agricultores que já percebeu que uma das vantagens competitivas nacionais vai para as frutas, legumes e flores. Tudo produtos alienados pela Política Agrícola Comum e por sucessivos governos portugueses a troco de subsídios de não produção.
Por esta altura, a fruta portuguesa vai procurando mercados externos, vende-se fora da época dos outros até em países africanos e asiáticos.
Assunção Cristas foi há dias a uma feira em Madrid promover esta produção nacional. Aproveitou para fazer agulha para o peixe e para o sector das pescas que tutela. Aí é que se perdeu um bocado. Mas também, coitadinha, não sabe mais.
Feitos que estão os abates de embarcações negociados, disse a ministra da Agricultura e do Mar e de mais não sei quantas pastas, Portugal devia investir em novos sistemas de comunicação, em máquinas menos poluentes e com menor consumo de combustível.
Ou seja, em vez de solicitar a capacidade industrial instalada e para a qual existem competências nacionais - o projecto e construção de cascos hidrodinamicamente mais eficientes, por exemplo - lembra-se de apostar na importação de electrónicos e de motores. Não é que não faça também sentido, mas esquecem-se sempre de qualquer parte.
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