Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
As edições de aniversário dos órgãos de comunicação social embarcam demasiadas vezes num tom épico que soa a ridículo e desfasado da realidade. As biografias sérias são sempre um desfiar de falhanços.
Boa parte do Expresso dos 40 anos escorrega nesse estilo vitorioso, um género ou topos literário consagrado recentemente também nos perfis online dos editores do Público, outra publicação de referência.
Paulo Portas que fez notícias contra as meias brancas de Cavaco Silva e cujo jornal competiu durante alguns anos com o de Balsemão foi convidado a escrever sobre o antigo rival. "[N]alguma fase da vida, já todos fomos, somos ou seremos leitores do Expresso", diz.
Percebe-se a quem se refere, mas não será tanto assim. Muitos dos que se julgam alguém gostam de passear-se pelas esplanadas à beira Tejo com o saco do jornal na mão. A compra do Expresso parece dar status. Só que existe um Portugal fora dessa realidade, longe desses que gostam de se considerar uma elite. Que o mais influente e importante jornal do país lhe passe ao lado explica bastante do ponto a que chegámos.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.