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Este domingo aproveita-se a oportunidade da atribuição do Nobel da Literatura a Bob Dylan para sete postados dedicar a sete músicos cuja obra literária atinge igual cume: José Afonso, Chico Buarque, Georges Brassens, Jacques Brell, Leo Ferré, Leonard Cohen e o Nobel deste ano.
Agora que deram o Nobel da Literatura a um cantor, será que lhes ocorre dar o Camões a Chico Buarque?
O Público errava esta manhã ao dizer que nenhum escritor masculino norte-americano vencia o Nobel da Literatura desde John Steinbeck, em 1962. Apenas se lembrariam de Toni Morrison, uma mulher negra.
Agora, com a há muito anunciada vitória de Bob Dylan podem fazer antes outra estatística. Para os Estados Unidos, desde que John Steinbeck venceu o Nobel da Literatura em 1962, o prémio foi entregue quatro vezes a autores homens de origem judaica (Saul Bellow, Isaac Bashevis Singer, Josip Brodsky, Dylan) e a uma mulher de origem africana.
Em dia de Nobel da Literatura escreve-se que nenhum homem dos EUA vence o prémio há mais de 50 anos, desde John Steinbeck, em 1962. É um erro que em tempos de Google não se justifica.
Ora, de cor, aqui sentado na poltrona, de cor, alinho já Josip Brodsky, Isaac Bashevis Singer e Saul Bellow. Os dois primeiros são naturalizados e até nem escreveram em inglês. Já Bellow, o primeiro do trio a ser premiado, salvo erro em 1976, é um escritor masculino norte-americano tão escritor masculino norte-americano como Steinbeck.
Será aliás um dos motivos para se ir afastando Philip Roth da corrida. Valerá a pena premiar a cópia, um eterno preferido dos jornalistas portugueses, quando o original já venceu? Será este ano?
Nota final: continuando pelos EUA, em certa medida, o também nobelizável Don De Lillo, com a sua reflexão sobre a televisação e espectacularização da realidade, seria um premiado na linha do hoje desaparecido Dario Fo.
A três de Outubro de 2007 enviei a várias pessoas uma lista de onde previ que viria a sair o Prémio Nobel da Literatura desse ano, uma forma de mostrar que os resultados serão tudo menos imprevisíveis, como gostam de acusar aqueles que vêem defraudadas as suas expectativas. Eram 36 nomes, já se passaram cinco anos, vários morreram entretanto e três já ganharam o prémio. Fica para memória futura e bem acrescentava mais uns quantos nomes.
A ignorância podia contentar-se em ser ignorante. Assim como eu faço com o Desporto.
Mas não. Infelizmente, compraz-se na publicação em letra de forma. Até no The Guardian, um jornal "lido por pessoas que acham que deviam governar o Reino Unido", segundo a definição do Sim, Senhor Ministro.
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