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Títulos como este fazem tocar a rebate muito sino partidário.
Não ganharia a Marcelo Rebelo de Sousa, mas em tendo condições pessoais Manuel Carvalho da Silva poderia pensar na velha ideia de concorrer a Belém. Seria um candidato capaz de fazer um pleno de apoios à primeira volta.
As mortes nos comandos não permitiam a continuidade do CEME, nem do ajudante-general do Exército e da chefia do Serviço de Saúde Militar, nem das chefias do regimento.
O alegado assalto a Tancos não permitia a continuidade do CEME, nem do quartel-mestre general, nem dos comandantes das cinco unidades que garantiam a segurança do paiol.
A condução política que permitiu tantas continuidades (alguns saíram por divergências com o CEME, entretanto) não permite a continuação do Ministro da Defesa (e nem do CEME).
Com a esperada e inevitável queda da ministra da Administração Interna, o reajuste devia seguir noutra das pastas de soberania.
Bill Gates é mais progressista que Vieira da Silva, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Pelo menos Bill Gates percebe o óbvio, que Vieira da Silva não percebeu.
Os robôs criam riqueza, tornando a mão de obra humana obsoleta destroem postos de trabalho e esvaziam as contribuições para a segurança social. Então tem de se arranjar maneira de redestribuir essa riqueza.
Mário Centeno vem frustrando sucessivos avisos catastrofistas acerca da economia portuguesa feitos pelo PSD, CDS, Comissão Europeia, OCDE, FMI e eurogrupo.
Os partidos da oposição esperam fazê-lo cair com os contornos trapalhões da nomeação de António Domingues para a administração da Caixa Geral de Depósitos. Mas o Governo de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas deixou o banco público armadilhado. Apesar da surpresa deixada por aqueles dois governantes, o ministro das Finanças do Governo de António Costa conseguiu negociar uma solução aprovada por Bruxelas.
A estratégia da oposição é de desgaste - quer do titular das Finanças, quer do banco público - mas está-se mesmo a ver a vontade que António Costa, PS e as esquerdas parlamentares terão de deixar cair o ministro.
Os 25 dias de férias para trabalhadores com um certo número de anos de serviço foram postos no Código de Trabalho por Bagão Félix, no tempo de Durão Barroso. Vendeu-se na ocasião ser um modo de compensar os trabalhadores por várias garantias tiradas pelo Governo, em nome de uma muito alegada competitividade laboral.
Numa política de pequenos passos, de tirar um pedaço de cada vez, depois de Bagão Félix trocar garantias laborais pelo rebuçado, já então nada equivalente, dos 25 dias de férias, passou-se à fase seguinte. Ou seja, no Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, as férias foram reduzidas para os 22 dias anteriores. Mas as garantias retiradas aos trabalhadores pelo ministro do Governo PSD/CDS-PP, de Durão Barroso e de Paulo Portas, não foram repostas.
E ainda não foi desta que regressaram os 25 dias dados da outra vez como rebuçado - um rebuçado, como se verifica, facilmente retirável e esquecível. Não se percebe por isso muito bem o sentido de discutir a reposição dos 25 dias tirados na concertação social em vez de repôr uma promessa feita há 15 anos e traída entretanto.
É que não se está a discutir um aumento de direitos. Está-se a discutir a reposição de algo que foi trocado por vários recuos laborais que os autores diziam ir trazer crescimento dos salários e do emprego.
Este foi-se uma vez mais pôr ao jeito das bofetadas, como já tinha feito em Felgueiras. Agora, insiste em desfazer uma solução governativa que tem de modo geral cumprido e agradado aos eleitores.
Frases iluminadoras. “Exigente, complexo e estrutural” é, pois, segundo Assis, baixar a Taxa Social Única para que as empresas aceitem subir o salário mínimo.
A justificação do eurodeputado pode vir vestida com a ideia de que assim se apoia o empreendedorismo. Mesmo que, visto de outro ângulo, este alegado apoio do empreendedorismo não passe de um subsídio feito pelos contribuintes a negócios privados de empresários que querem continuar a pagar mal aos funcionários.
Vital Moreira - com mais uns quantos - não perde uma oportunidade para tentar mandar abaixo o Governo do partido que apoia.
Ao querer que António Costa estique uma das cordas essenciais afinadas com os partidos que lhe viabilizaram o Governo, Vital Moreira ignora olimpicamente vários sapos já engolidos por BE, PCP e PEV.
Além do compulsivo reflexo suicidário o que terão figuras como Vital Moreira, Vera Jardim, ou Francisco Assis para oferecer aos portugueses e aos companheiros de partido?
O subsídio que os contribuintes, através da descida da Taxa Social Única, vão dar às empresas para aumentarem o salário mínimo é um erro. Não apenas do ponto de vista filosófico mas também dao ponto de vista da solução de governo encontrada pelas esquerdas parlamentares em 2015.
Agora, Vera Jardim, figura do PS com uma certa gravitas, ex-ministro de António Guterres, sugeriu que o PS force a nota da Europa para marcar diferenças com o BE e o PCP.
Alguns dentro do PS evidenciam uma vertigem suicida.
Francisco Assis não tem (nem nunca teve) um programa exaltante para o PS.
Todavia, um par de reparos na caixa de comentários de uma notícia que se lhe refere é o grau zero da política e da inteligência crítica.
Acusam-no de estar a morder a mão que lhe dá de comer quando contestar a solução governativa do seu próprio partido.
Que a utilizem num contexto - o da luta política - que se deseja participativo e plural diz muito das convicções democráticas e cidadãs.
Também já a ouvi da boca de uma jornalista, lá na revista. O que diz bastante das qualidades para o exercício da função.
A Rádio Renascença anuncia mudanças já a partir de segunda-feira. Entre as novidades prometem-se debates cruzados de Jacinto Lucas Pires, Pedro Santos Guerreiro, Francisco Assis, Henrique Raposo e João Taborda da Gama.
Do primeiro não falo. O segundo é um jornalista com qualidades e com ideias muito próximas do PSD. Francisco Assis é a direita do PS, o crítico interno que muitos não desdenhariam ver enquanto militante laranja e que tanto criticou a presente solução de Governo.Os dois últimos são aquilo a que a esquerda e até o centro consideram reaccionários retintos.
Manhã fora, na estação da Igreja, está garantido o contraditório, não vos parece?
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