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Sempre preocupado com os custos da democracia, o Correio da Manhã "revela", como se não fosse público e estivesse no maior secretismo, quanto irá ganhar cada presidente de Câmara.
Pelos jornais, blogues e redes sociais multiplicam-se os comentários contra o dia de reflexão pré-eleitoral. Como se da existência desse dia viesse algum mal ao mundo, ao país, ao civismo, à cidadania.
Com uma entrevista ao Jornal de Negócios, Miguel Sousa Tavares corre o risco de, inadvertidamente, ter iniciado um movimento imparável de derrisão destrutiva de Cavaco, o Presidente da República.
Na blogosfera de maior audiência (aqui, aqui, aqui, aqui) e nas redes sociais vão surgindo mais candidatos a inquérito da Procuradoria. E o mundo também já deu pela coisa.
Para muitos, a manifestação de amanhã, convocada pela CGTP para Belém e pedindo a demissão do Governo, ganha um novo atractivo.
(foto: RTP)
No dia a seguir à vitória de Passos Coelho, no Camões, falei sobre os resultados eleitorais com uma recém-licenciada em Direito, dessas pré-Bolonha, de aviário, que com três anos de formação acham saber tanto como com cinco e andam zangadas com a Ordem dos Advogados que as força a fazer exames de admissão.
Tinha votado no PSD e estava bastante esperançada no Governo que aí vinha. Eu e uma terceira interlocutora contámos da nossa completa falta de ilusões na coligação, que nem a boa notícia do afastamento de Sócrates temperava. Nem as promessas, nem prática, nem ideias, justificavam o optimismo.
Desde anteontem, não deixam de espantar as pessoas na rua, directos televisivos, comentadores encartados. Anda demasiada gente admirada com o aumento da taxa da segurança social: que ninguém estava à espera disto, que não foi para isto que votaram no Passos.
O estranho é que em paralelo não têm faltado previsões e alertas acertados acerca das consequências e objectivos das políticas do Executivo PSD/CDS-PP. Têm chegado de partidos mais à esquerda (aliás, há muitos anos), de sectores do PS, da blogosfera, das redes sociais e até de economistas.
Entre esta imensa maioria, o haver tanta gente a sentir-se traída evidencia mais a sua vontade de ser enganada, deixar que outros pensem por si e desleixo em procurar informação do que a falta de alternativas disponível.
Nos últimos dois anos tive oportunidade de reequacionar bastante o círculo, disponibilidade e alcance das auto-designadas amizades pessoais e também não me parece que sejas tu a cair-me dentro do conceito reapreciado.
Vê se não te arriscas a ficar de mão pendurada quando te lembrares de a estender.
Precisei de comprar dois livros da Cinemateca (as folhas de Wilder e de Lubitsch) e quis aproveitar a feira do livro, aqui em Lisboa.
Sabendo que a instituição anda com dificuldades financeiras optei primeiro por ver se estaria mesmo no Marquês, consultando a página da Feira do Livro na internet. A pesquisa garantiu-me que a cinemateca não está por lá. Aliás, nem ela, nem os livros que eu procurava.
Dei um salto à página da Cinemateca, telefonei para a livraria e nunca houve quem atendesse. Uma ligação externa sugeria-me que a livraria agora pertence à Babel. Na página da Babel também não dei com referências à Cinemateca (acredito que esteja lá, mas a procura não é óbvia). Pelo sim pelo não decidi ir visitar o pavilhão do grupo editorial de Paulo Teixeira Pinto na feira e se nada tivessem levado da Cinemateca desceria à sua livraria na Barata Salgueiro.
Afinal, a Babel tinha lá dentro livros da Cinemateca e informaram-me que a informação estava na página do facebook, o mesmo facebook que é um atentado à privacidade.
Em vez de apostarem nas estáticas páginas oficiais, as instituições preferem atirar informação para as redes sociais a que, sinceramente, não tenciono aderir. Curioso em empresas e instituições que nunca aderiram com seriedade a tecnologias simples, privadas e imediatas como o mail.
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