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(Foto: Bola.pt)
Na semana passada, na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa apenas disse uma coisa interessante: que até pode andar muita gente a dizer mal da Constituição, mas esquecem-se que os artigos da Lei Fundamental que derrubarão o Orçamento de Estado são artigos que todas as constituições democráticas têm. Ou seja, acrescento eu, trata-se artigos que por lá continuarão mesmo se o texto vier a ser alterado, extirpando arcaísmos como o direito à saúde, à educação, à habitação e lá essas coisas de que as pessoas precisam para viver.
O Governo rabeia com a possibilidade de ver chumbado o Orçamento de Estado dois anos seguidos. Passos Coelho e Gaspar mostram-se incapazes de cumprir a lei, mas pelo discurso parece que foras-da-lei são os juizes do Constitucional. Cavaco não sabe o que fazer com a Constituição e não serão os assessores que o auxiliarão, Não o deixam publicar coisas nas redes sociais em vez de o aconselhar a portar à altura do cargo que exerce? Rebelo de Sousa veio pôr água na fervura dos defensores das mudanças constitucionais. Logo ele que nem será um particular adepto do texto actual.
Nos jornais, preferiu destacar-se as suas boas-vindas a Sócrates bicando Rui Gomes da Silva. Em 2004, este ministro de Santana Lopes contribuiu para o fim da primeira estada de Marcelo na TVI. Ao que por aqui se pensava, em 2011, não se mudou uma vírgula. A coisa piorou entretanto, com a chegada de outros compères, embora Rebelo de Sousa tenha sugerido que isso é uma coisa boa.
No caso presente, José Sócrates apenas ocupa um espaço que outros lhe dão. Não será a primeira vez que a comunicação social promove tempos de antena travestidos de jornalismo e comentário. Não há nenhum motivo para votar José Sócrates ao ostracismo, nem para que - como já muitos lembraram - os que se zangaram com a Grândola cantada a Relvas andem agora a promover petições para calar o ex-primeiro-ministro.
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