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Ter o ex-director do Diário Económico,António Costa, na TVI, e José Gomes Ferreira, na SIC, a dizer coisas sobre a vitória do Não no referendo grego não é informação. É intoxicação.
Um tipo esforça-se, mas os jornais permanecem no limiar do ilegível.
Numa das revistas do Correio da Manhã, folheada por acaso enquanto se esperava por um frango, leio Cintra Torres, agora em versão tablóide de promotor das ideias mais populistas e conservadoras.
Com as europeias quase a chegar, o publicista televisivo aproveita para atacar a lei da cobertura jornalística eleitoral. Cito Cintra de cor: "a última que resta dos anos 1970."
Cintra Torres, que se dedica à crítica televisiva, terá um de dois problemas. Ou é ignorante, e não conhece legislação essencial sobre a área que cobre profisisonalmente, ou mente.
Como já aqui foi dito, a lei é de 2001 e não dos terríveis tempos do PREC.
Com a opinião pública terraplanada pelo boicote das estações televisivas, pelos oficiais do espectáculo mediático, pelos jornais que dizem que a lei diz o que não diz, com o tiro de partida dado por Passos Coelho, a nas últimas semanas tão pedida alteração da lei da cobertura jornalística eleitoral conta, desde ontem, com o alto patrocínio do inadjectivável Cavaco.
Mas, afinal, o que diz a lei?
No Artigo 49º - Comunicação Social – alínea 1 refere que “[o]s órgãos de comunicação social que façam a cobertura da campanha eleitoral devem dar um tratamento jornalístico não discriminatório às diversas candidaturas”
Suscita dúvidas? A mim não suscitou. Como a lei é de 2001 e já foi aplicada nas eleições locais de 2005 e de 2009, em princípio não deveria implicar divergências interpretativas. Mas um grupo poderoso de jornalistas resolveu opor-se a esta lei que garante o pluralismo.
Directores de informação alegam terem surgido interpretações "posições mais restritivas" e que “não é humana e tecnicamente possível” dar o mesmo destaque a todas as candidaturas.
Mas que disse realmente e desta vez o presidente da CNE sobre o artigo em causa?
Que interesses servem estes jornalistas? O da informação não é de certeza. E quer Cavaco, quer Passos Coelho, com as responsabilidades que lhes advêm dos cargos Executivos que ocupam, já colheram a, em nada democrática, vontade de alteração da lei da cobertura eleitoral que directores dos canais televisivos e de algumas rádios semearam.
(Foto: marinha.pt)
A postagem tem estado difícil. O mais das vezes a vontade é do insulto.
Um ex-secretário de Estado ameaça mandar "tomar no cu" os fiscais das finanças que lhe pedirem a factura da bica, para depois, trafulha, dizer que era uma crítica ao peso do Estado e não ao Governo a que pertenceu - não por acaso, repito, não por acaso, o criador da referida intrusão. É sempre assim. Os que mais maldizem o Estado - Viegas fá-lo há anos- são dos primeiros a corromper-lhe as funções e a pervertê-lo para, em ciclo vicioso e premeditado, poderem destruí-lo e deitá-lo ainda mais abaixo.
Um governante sem ponta por onde se lhe pegue, o tipo de figura cuja entrada nos salões mais que justifica a saída das almas mais sensíveis, é convidado por uma estação televisiva privada para botar discurso sobre o futuro do jornalismo. Não chega a falar, que um grupo ruidoso canta-lhe a Grândola e persegue-o ruidoso quando ele tenta escapar.
No maior partido da oposição, vários militantes, um bando imbecil que só pode não fazer a mínima ideia do país em que vive e das condições em que subsiste a maioria dos seus concidadão, insurge-se, que desrespeitaram a liberdade de expressão do senhor ministro.
Ao coro socialista, juntaram-se vários jornalistas. Ora, foi exactamente em redacção que mais vezes me mandaram calar e ameaçaram de despedimento. Gostava por isso de ver mais jornalistas, desses que enchem a boca para defender o ministro, lutarem tanto pela liberdade de expressão dos seus camaradas dentro das próprias redacções.
Outro canal privado anuncia uma aposta na opinião. Ao leque de comentadores habituais resolveu juntar uma mão cheia de figurões que andam não tarda há 40 anos a dizer coisas sobre o país sem que o país tenha ganhado fosse o que fosse com tão preclaros pontos de vista.
Os mesmos patetas que nos jornais celebrararam Sócrates como o salvador a pátria e depois se arrependeram, ou que escreveram odes a Gaspar, para agora arrepelarem cabelos com os sucessivos erros de previsões, prosseguem como directores. Não se lhes vislumbra vontade de começarem a escrever algo inteligente ou que seja relevante para os leitores.
António Borges viu renovado o contrato para continuar a fazer o que faz e a dizer o que diz. E não me esqueço do semanário que quis vender a luminária como primeiro-ministro.
Um bispo é acusado de assédio sexual e canalhamente dois dos seus companheiros de igreja aproveitam para o tirar do armário.
Cada um dos parágrafos podia remeter para vários sítios, mas falta a vontade de chafurdar na estrumeira.
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