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Podiam seguir a sugestão, mas até ao momento nem a terão equacionado.
Pelos vistos, desapareceram documentos sobre o negócio dos submarinos.
Ainda bem que Paulo Portas fez segundas vias.
A julgar pelo que aconteceu às contrapartidas dos submarinos negociadas pelo Governo de Durão Barroso e Paulo Portas, apenas se adequa a teoria à prática.
Loureiro dos Santos foi o último Chefe do Estado-Maior do Exército a demitir-se por questões políticas. Foi nos anos em que Cavaco andava às voltas com a lei dos coronéis.
General de quatro estrelas, oriundo da arma de Artilharia e ex-ministro da Defesa é também dos poucos comentadores de relações internacionais e assuntos militares que faz sentido ouvir. Os seus pontos de vista não costumam vir alicerçados em pré-conceitos vagamente bebidos entre os spin-doctors da moda.
Tem também a vantagem de ser fiavelmente fiável, ao contrário dos outros fiavelmente infiáveis.
Acusa o embaixador americano de ignorância e de ser um homem de mão de Bush Filho, ressabiado com o facto de os EUA terem sido preteridos a favor de consórcios europeus na compra de material militar.
As declarações não contestam os brutais custos dos submarinos nem a névoa em redor deste negócio.
Até ver, a participação portuguesa em missões internacionais pode ter contribuído para a nomeação de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia e dado, diz-se, prestígio interncional. Nada que acalme as agências de rating ou os credores alemães e holandeses.
E o Verão anuncia-se bem mais duro que os últimos Invernos.
Quando o ministro da Defesa Paulo Portas resolveu comprar os submarinos Tridente a sua assessoria de imprensa anunciou a coisa com uma gracinha.
A citação é feita de cor mas era algo do estilo "Portas poupa uma data de milhões de euros na compra dos submarinos", decidida pelo Governo de António Guterres.
Quem pensou que Portas conseguira um abatimento, ou um desconto, logo se desenganou. O soundbite era obviamente falacioso, pois o presidente do PP decidira comprar apenas dois submarinos, em vez dos três previstos por Guterres.
Um bocado como o tipo que vai ao supermercado buscar bifes de peru para a família de quatro elementos e depois se gaba à mulher de que poupou dinheiro por apenas ter trazido três peças de carne. Mas nada que a suave imprensa nacional não engolisse.
Muita conversa depois, contrapartidas em parte incerta e fornecedores alemães escolhidos de forma polémica prossegue o bruá em torno dos submarinos.
Desta feita o semanário Expresso cita um telegrama divulgado pela Wikileaks. Nele, Thomas Stephenson, embaixador em Lisboa entre Novembro de 2007 e Junho de 2009, acusa Portugal de sofrer de um complexo de inferioridade e de, por uma "questão de orgulho", ter o "desejo" de "brinquedos caros" e pouco úteis.
Antes de a Segurança Social reforçar a vigilância dos descontos feitos pelos recibos verdes – numa grande percentagem precários e falsos profissionais liberais – não se podia hipotecar os salários e bens dos governantes e ex-governantes envolvidos no negócio dos submarinos?
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