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Aqui perto, junto ao metro, há um café cuja porta emboca directamente numa passadeira.
É ver os clientes disparados, porta fora, quando chega o metro à estação defronte. Nem olham para os lados a ver se há trânsito. Páre quem vier. Prego a fundo, se ainda for a tempo.
Já na entrada de cima do metro, são os automóveis, que um bocado antes têm um entroncamento com subida e perda de priroridade, a acelerar a fundo quando se aproximam da passadeira.
Tenho escassas esperanças no civismo rodoviário dos portugueses.
Ontem apanhei boleia e naquele escasso lapso temporal em que o sinal dos automóveis está quase a passar a verde, já um peão acabado de chegar à passadeira carregava entusiasmado no botão para colmatar os tempos de espera demasiados longos.
E estou sempre a ver artistas do género. Não esperam um segundo que seja. É chegar e usar. E o pior é que nem todos estes botões têm efeito placebo.
(Foto: Eventos Cicloturísticos, blogue da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta)
Ciclistas estão descontentes com a Avenida da Liberdade. E eu estou arrependido de ter defendido a criação de condições para que os ciclistas pudessem circular em Lisboa.
É rara a semana em que não tenho de me desviar de ciclistas circulando em cima do passeio. Já por várias vezes quase fui passado a ferro em passadeiras por bicicletas que não páram ao sinal vermelho para veículos e que não respeitam o sinal verde dos peões.
Depois, há também uma quantidade grande de ciclistas que acha razoável usar as passadeiras para atravessar a rua, e mudar de direcção, ziguezagueando entre os peões sem se dar ao trabalho de desmontar.
Achava que o ciclista-tipo seria um cidadão educado, consciente, preocupado com o ambiente, com o consumo energético, com a saúde. A experiência pessoal como peão diz-me o contrário. São demasiadas ocorrências para achar que é mera coincidência.
(Foto: Rádio Horizonte)
A rotunda do marquês, em Lisboa, nunca foi fácil de fazer. As alterações que agora chegam não inspiram grande confiança, parecem acrescentar confusão e forçar a um redobrar de atenção e habilidade condutora num sítio onde já todo o cuidado é pouco.
É outra questão que o Automóvel Clube de Portugal teime em criticar a câmara por ser "anti-automóvel" e defender o uso dos "transportes públicos".
A direcção de Carlos Barbosa insista em comportar-se como se a organização fosse um Partido dos Automobilistas. O que manifestamente não é. Basta conversar com os sócios.
A organização presta uma série de serviços que atraem muita gente. Parte grande desses serviços nada tem a ver sequer com o uso do automóvel. E muitos sócios defendem o uso privilegiado dos transporte público. Esta defesa é absolutamente compatível com os estatutos da organização. O que não é compatível são os apelos ao boicote e engarrafamento da rotunda feitos pela direcção.
Ao contrário do que com uma mentalidade e uma leitura arcaica, do início do século XX, quando os automóveis eram escassos, Barbosa defende, o recurso ao transporte público só beneficia quem se vê mesmo forçado a usar o automóvel.
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