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Aqui perto, junto ao metro, há um café cuja porta emboca directamente numa passadeira.

 

É ver os clientes disparados, porta fora, quando chega o metro à estação defronte. Nem olham para os lados a ver se há trânsito. Páre quem vier. Prego a fundo, se ainda for a tempo.

 

Já na entrada de cima do metro, são os automóveis, que um bocado antes têm um entroncamento com subida e perda de priroridade, a acelerar a fundo quando se aproximam da passadeira.

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publicado às 11:18

Gente a (não) pensar, como de costume

por Tempos Modernos, em 15.11.16

No pico da luta dos taxistas com a Uber, João Matos Fernandes, o ministro do Ambiente, disse que a Uber não é uma operadora de transportes.

 

É caso para lhe perguntar então o que é que a Uber está sendo se não uma operadora de transportes?

 

Pouco depois, Vieira da Silva, ministro da Solidariedade, recusou pôr robôs a pagar segurança social pelos trabalhos que destroem, uma ideia que ouviu da boca do Reitor da Universidade de Coimbra:

 

"Num ambiente em que a geração atual deve pagar as pensões daqueles que estão aposentados, então nos casos em que objetivamente a máquina substitui as pessoas, essa máquina deve contribuir para as pensões dos que estão aposentados"

 

Abrem-lhe caminhos para continuar a manter um sistema público e universal de segurança social e o ministro recusa sequer considerar a hipótese, que a robotização do emprego, disse, faz parte do processo de modernização competitiva das empresas. Vieira da silva chega ao ponto de se preocupar com eventuais gastos da empresa com a fiscalidade, como se não poupassem o suficiente na eliminação de postos de trabalho,

 

Não se vai muito longe com este tipo de raciocínio tão amigo da desregulamentação e da supressão dos humanos.

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publicado às 12:18

Os supremos critérios editoriais

por Tempos Modernos, em 07.11.16

Há jornalistas que recebem em mão, papinha feita, o documento com a privatização da TAP que vai no dia seguinte ao último Conselho de Ministros de um Governo à beira de ser substituído por outro que já avisou que irá reverter qualquer privatização da transportadora aérea. Remetem a coisa para um rodapé mal-amanhado da primeira página, de tal modo que a bomba será aproveitada por outros ao longo do dia. É o que se chama estragar lagosta da melhor.

 

Há jornalistas que ouvem alguém do Governo dizer haver obrigação de toda a gente declarar rendimentos e património, na sequência da polémica com a administração da Caxa Geral de Depósitos. Sem outra citação, concluem que essas palavras querem dizer que o ministro das Finanças, que tem a tutela da CGD, sairá do Governo em Janeiro. É o que se chama fazer croquetes de raspas de carne para os cães.

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publicado às 16:49

transtejo.jpg

 

(fonte: setubalnarede.pt)

 

O Governo reverteu a subconcessão a privados dos transportes públicos de Lisboa e Porto. Fez bem. Muito bem, mesmo que não seja essa a convicção do grosso das sensatas direcções jornalística.

 

Já há umas semanas, Joana Petiz, da direcção do Diário de Notícias, reclamava da opção anunciada pelo PS ainda durante a campanha eleitoral - uma posição contrária à entrega dos STCP, Carris, Metro e Transtejo a privados e igual à, há muito, defendida pelo BE e pela CDU.

A argumentação não era propriamente sofisticada:

 

“A intenção […] não vem de provas dadas de que o negócio foi mau, de que a nova gestão não convence, de que o público ficou mal servido. É motivada por divergências ideológicas: a esquerda não concorda com a entrega da gestão das empresas de transportes a privados e quer voltar a pôr o Estado à frente. O Estado, esse gestor de mão cheia!”

 

Se a jornalista conseguia reconhecer a existência de divergências ideológicas – bravo!, em regra, a direita faz-se de sonsa e refugia-se num alegado pragmatismo técnico -, já não conseguiu escapar à falácia de que o Estado tem o ADN contaminado por qualquer bicheza que o obriga a ser mau gestor.

 

É uma ideia peregrina que, como lembrou, há uns anos, a então deputada bloquista Ana Drago, esbarra antes em apostas partidárias que tratam mal a coisa pública e que depois se servem desses maus tratos para justificar a sua entrega a privados: é a história do parricida que pedia clemência ao juiz por ser órfão.

 

 

Esta gente gosta muito dos privados, mas em vez de os deixar competir num mercado livre onde possa com risco produzir riqueza, opta antes por lhes garantir rendas estatais em sectores sem concorrência, como os dos transportes e outros.

 

Os transportes públicos são uma área de actividade cuja obrigatoriedade de prestação do serviço obriga à manutenção de linhas e carreiras, de uma qualidade mínima dos meios circulantes . Áreas que serão sempre deficitárias, de onde nenhum privado, por excelente que seja a gestão, tirará lucro e cuja manutenção seria suprida por indemnizações compensatórias.

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publicado às 22:00

Um longo suspiro II

por Tempos Modernos, em 07.12.15

metro.JPG

(fonte: sol.pt)

 

Sobre a greve do Metro escreveu-se ontem, aqui, o evidente. Haver para aí gente a dizer que o Metro ia parar, uma mesmíssima gente cujo raciocínio não sai da linha.

 

Mais do que previsivelmente, a greve acabaria desconvocada. A paralisação estava marcada desde o governo de Passos e Portas, há questões que vêm de trás, a necessidade de as reafirmar; o novo governo estará sustentado em acordos que muitos jornalistas, na linha do argumentário da direita, teimam em considerar frágeis; o ponto final nas privatizações das transportadoras é já público. Era uma situação de onde só podiam sair vencedores.

 

O país mudou os paradigmas políticos, mas muitos analistas e comentadores mostram-se incapazes de ver além da linearidade do dito e do declarado. Cãezinhos de Pavlov, é o que é.

 

 

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publicado às 15:59

Um longo suspiro

por Tempos Modernos, em 06.12.15

Ainda aí gente a dizer que vai haver greve do metro esta semana. Estão preocupados, dizem, com a postura dos maquinistas, que prejudica o povo trabalhador, e receiam que isso traga Passos e Portas de volta. É o que se podem chamar Raciocínios que não saem da linha.

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publicado às 17:19

 

(Foto: em sicnoticias.sapo.pt)

 

... para ler com este post. Ou truques empresariais para brincar com os salários que todos os jornalistas deviam conhecer ainda mais quando escrevem sobre economia ou estão na direcção de jornais.

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publicado às 09:58

Demagogia e análises superficiais

por Tempos Modernos, em 22.01.13

Jorge Fiel  não consegue entender que os maquinistas da CP tenham direito a 18 subsídios diferentes.

 

Explico devagar para que não subsistam dúvidas. Se alguém que fez economia no jornal Expresso não percebe a coisa há que ter algum cuidado pedagógico.

 

Muitas empresas preferem oferecer subsídios aos funcionários em vez de lhes aumentar o salário.

 

Por regra, os salários costumam ser actualizados todos os anos. Já não há tantas reclamações se nada acontecer com os subsídios.

 

Depois, não fazendo os subsidios parte da massa salarial fixa da empresa pode sempre ser arrumada noutro lado qualquer, por conveniências contabilísticas. Ou permitir calcular indemnizações mais baixas quando der jeito despedir.

 

O empregado fica satisfeito durante uns anos. Se não lhe aumentam o salário base tem ao menos o acrescento dos subsídios. Esquece-se é que quando as coisas apertam há sempre quem lhes retire os suplementos deixando-lhe o salário base, muitas vezes pouco compensador quando não miserável. E, entretanto, fica nas mãos de todos os demagogos que aparecem nos jornais e em partidos políticos.

 

 

 

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publicado às 09:36

 

(Foto: rtp.pt)

 

Secretário de Estado dos Transportes diz que a "redução do número de passageiros [nos transportes públicos] não significa uma perda. O número de validações é que está a diminuir, mas os transportes estão cheios."

 

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publicado às 20:20

Atão e agora do que é que o homem vai viver?

por Tempos Modernos, em 04.05.12

Dos títulos parvos (de que tanto gosto).

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publicado às 16:46


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