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Carlos César, chefe da bancada socialistas na AR, acusou Wolfgang Schäuble de "arrogância persistente", depois de o ministro alemão ter dito que Portugal iria precisar de um segundo resgate.
Depois disso, o chefe da bancada socialistas na AR já disse que o alemão não tinha percebido o que dissera e que "por essas e por outras que infelizmente há cada vez mais cidadãos europeus que se revoltam contra essa arrogância persistente e insensata. Schäuble é apenas um ministro de um Estado membro e como tal se devia comportar".
Mas a resposta subiu de nível. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, fez saber por canal diplomático que Portugal considerava "injustificadas e inamistosas" as declarações do alemão.
Uma questão curiosa era a de saber se Regling falou antes ou depois da carta de Santos Silva.
Subir Lall falhou sem explicações a reunião que tinha marcada com o Conselho de Concertação Social (CCS). No seu lugar mandou uns senhores que ninguém sabia quem eram, mas que ouviram e tomaram nota.
Da próxima, o chefe de missão do Fundo Monetário Internacional corre o risco de que - ao menos uma das centrais sindicais - mande um dos seus administrativos à reunião. Lall bem se pode justificar com uma falha de comunicação. Quem acredita que tanta gente, e de interesses tão divergentes, tenha ido ao engano a uma reunião do CCS que afinal era outra coisa?
Todavia, nem tudo foi tempo perdido em mais uma actuação do FMI em Portugal. Enquanto por aí andava, Subir Lall aproveitou para deixar recados acerca da política económica e social do governo. Com um sentido de oportunidade curioso, antecipava o tom e conteúdo das declarações de Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças alemão. E vincava a vontade sancionatória da comissão bruxelense.
Wolfgang Schäuble habituou-nos à irresponsabilidade das declarações que mantêm, de modo propositado, Portugal sob o foco crítico dos investidores e das agências de rating. Cultiva a chantagem e a sabotagem da nossa economia, sempre apoiado em gauleiters prestáveis.
Alguma coisa mudou nesta relação? Apenas o modo como o Governo e os seus deputados respondem ao alemão. Com um sentido de Estado e de soberania a que tinhamos deixado de estar habituados. António Costa e os seus saem-se muito melhor do que me prometiam.
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