Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Há pouco tempo, o canto da varanda, um bloco maciço de cimento e ladrilhos, com perto de um quilo, caiu da altura de um quarto andar, sem que se tivesse dado pela fractura iminente.
Era fim-de-semana e iniciou-se a ronda das capelinhas, quem interditaria a vertical do prédio de maneira a impedir acidentes com as pessoas e as viaturas que habitualmente estacionam no passeio debaixo das varandas.
Passou-se pela PSP e pelos bombeiros e acabou-se a falar a um domingo com o responsável da protecção civil do concelho.
Explicou-se ao simpático senhor que almoçava com a família que podia ser domingo, mas convinha fazer qualquer coisa no imediato, pois ele adiava para o dia seguinte.
Entre ele vir colocar obstáculos à circulação no passeio - que impedissem estacionamentos e a passagem de pessoas - e iniciar uma obra poderia voltar a cair qualquer coisa e morrer alguém.
Apesar da primeira resistência, não foi difícil convencê-lo a vir. Mas depois não contactou ninguém para perceber melhor a situação. E fez asneira. Ao chegar, instalou os obstáculos e foi-se embora. Ficaram sob a varanda errada.
Os donos da varanda lá corrigiram a situação, arrastaram os pinos e as faixas delimitadoras para debaixo da varanda certa. Não contavam era com os vizinhos. Ao longo dos dias seguintes, até se iniciar a obra imediatamente pedida, os obstáculos foram sendo retirados, mudados de sítio, reajustados na posição. Havia quem estacionasse ali, as pessoas continuavam a passar por lá.
Havia sempre alguém que mexia nas balizas e as mudava de sítio como se não estivessem ali para minimizar o risco potencialmente fatal da queda vertical de calhamaços de cimento e ladrilhos. Não lhes ocorria que aquele estendal tinha uma qualquer justificação, nem mesmo tendo pespegada a identificação da protecção civil concelhia. Pensavam lá que pudessem estar a matar alguém.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.